DestaqueUOL

Urbanização e impacto ambiental levam jacarés a buscar novas áreas para sobreviverem, alertam especialistas em zoologia e veterinária.





A invasão de habitats naturais é uma questão antiga. “A área em questão já é ocupada por humanos desde a década de 1950 do século passado, o que tem aumentado o contato entre nossa espécie e o jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris)”, explica Oscar Rocha Barbosa, professor do departamento de zoologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Influência da urbanização

Os animais “sempre estiveram ali”: o aumento da urbanização e os impactos ambientais forçam os jacarés, que vivem no complexo de lagunas de Jacarepaguá, a buscar novas áreas para sobreviverem, principalmente em busca de alimento e sol, explica Flavio Moutinho, professor de veterinária da UFF (Universidade Federal Fluminense). O próprio nome Jacarepaguá, explica o professor, significando vale ou terra dos jacarés.

Os ambientes urbanos oferecem tudo o que os jacarés precisam para sobreviver: “temperatura adequada, abrigo, abundância de presas”, diz o professor Moutinho.

O jacaré-de-papo-amarelo está adaptado às regiões lagunares e pantanosas, mas o impacto humano, especialmente a poluição por esgoto, leva esses animais a adoecer e se deslocar mais. Uma estimativa de 2023 do Instituto Jacaré calcula que existem cerca de 6 mil jacarés no complexo lagunar da Barra da Tijuca, com uma tendência de declínio dessa população.

Temos de ficar espertos para que o impacto das ações humanas não leve futuramente a uma extinção local, regional ou nacional desse animal. A gente tem de tomar esse cuidado para que as pessoas não fiquem assustadas a ponto de querer matar e eliminar esses animais.
Flavio Moutinho


Nos últimos anos, tem se tornado cada vez mais evidente a invasão de habitats naturais por parte da população humana. Um exemplo disso é a ocupação da área onde vivem os jacarés-de-papo-amarelo, no complexo de lagunas de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. De acordo com o professor Oscar Rocha Barbosa, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, essa interação entre humanos e jacarés tem se intensificado desde a década de 1950.

A urbanização desenfreada e os impactos ambientais têm forçado esses animais a buscar novas áreas para se estabelecerem, em busca de alimento e condições adequadas para sua sobrevivência. O professor Flavio Moutinho, da UFF, destaca que os jacarés encontram nos ambientes urbanos tudo o que necessitam para viver, desde abrigo até presas abundantes.

No entanto, essa adaptação dos jacarés aos ambientes urbanos não é necessariamente positiva. A poluição por esgoto, por exemplo, tem levado esses animais a adoecer e a se deslocar com mais frequência. Estimativas indicam que a população de jacarés no complexo lagunar da Barra da Tijuca está declinando.

Diante desse cenário, o professor Flavio Moutinho ressalta a importância de se tomar medidas para evitar a extinção local, regional ou nacional desses animais. É fundamental agir com consciência para que as pessoas não se assustem a ponto de querer eliminar os jacarés, mas sim para promover a coexistência harmônica entre humanos e animais.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo