
Partidos de esquerda têm menor número de prefeitos de capitais desde 1985
No cenário político das eleições de 2024, os partidos de esquerda enfrentaram um desafio histórico ao elegerem o menor número de prefeitos de capitais desde 1985, ano em que foi estabelecida a eleição direta para o Executivo em todas as sedes estaduais do país.
Apenas dois prefeitos eleitos foram filiados a partidos de esquerda: João Campos, do PSB, em Recife, e Evandro Leitão, do PT, em Fortaleza. Em comparação, em 1985, quatro prefeitos dessa vertente política saíram vitoriosos nas eleições municipais.
Esse baixo desempenho representou uma queda significativa em relação aos anos anteriores, com um destaque especial para a região Nordeste. Historicamente associada às vitórias do PT, a região Nordeste viu uma redução no número de prefeitos de esquerda eleitos nas capitais, passando a predominância para as legendas de direita, que agora dominam seis das nove capitais nordestinas.
Ao longo dos anos, partidos como o PT, o PDT e o PSB foram os maiores representantes da esquerda nas capitais do país. No entanto, enfrentam crises recentes que afetaram seu desempenho eleitoral. Em 2024, o PT voltou a uma situação semelhante à de 1985, quando conquistou sua primeira vitória em capitais com Maria Luíza Fontenele em Fortaleza.
No segundo turno das eleições, os partidos de esquerda estiveram presentes em seis das 15 capitais que foram para uma segunda rodada. Apenas uma vitória foi alcançada, demonstrando um cenário desafiador para essa vertente política.
Com nomes como Guilherme Boulos, Natália Bonavides, Luiz Roberto, Maria do Rosário e Lúdio Cabral disputando as eleições em importantes capitais, o resultado final foi desfavorável para os partidos de esquerda, que precisarão repensar suas estratégias futuras.