Senado aprova projeto de castração química voluntária para condenados reincidentes em crimes sexuais, com parecer favorável do relator.
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Senado aprova projeto que autoriza tratamento químico hormonal em condenados por crimes sexuais
Nesta quarta-feira (22), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, em votação final, o projeto de lei 3.127/2019, que permite o tratamento químico hormonal voluntário em condenados mais de uma vez por crimes contra a liberdade sexual. O projeto, de autoria do senador Styvenson Valentim (Podemos-RN), recebeu parecer favorável do senador Angelo Coronel (PSD-BA) com emendas, e agora segue para análise da Câmara dos Deputados.
De acordo com o projeto, os condenados por estupro, violação sexual mediante fraude ou estupro de vulnerável poderão se submeter voluntariamente a um tratamento hormonal de contenção da libido em hospitais de custódia. A aceitação do tratamento não reduzirá a pena aplicada, mas permitirá que o condenado cumpra parte da pena em liberdade condicional durante o período de tratamento.
O relator do projeto, senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), acatou emendas, como a possibilidade de iniciar o tratamento após o condenado ter cumprido mais de um terço da pena, por mais de uma vez. A proposta também prevê a atuação da Comissão Técnica de Classificação, responsável por individualizar a execução penal e sugerir as condições ao juiz da execução.
O senador Styvenson Valentim comemorou a aprovação do texto, destacando a castração química como uma medida eficaz na redução dos crimes sexuais e na segurança pública. Já o senador Angelo Coronel ressaltou que o tratamento hormonal é uma oportunidade para intervenções terapêuticas em condenados propensos a condutas sexuais violentas.
Além das alterações relacionadas ao tratamento hormonal, o projeto também prevê o aumento das penas mínimas para os crimes sexuais a que se aplica, visando endurecer as punições e prevenir a reincidência. A proposta recebeu apoio de senadores como Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Messias de Jesus (Republicanos-RR), que destacaram a eficácia da medida em países que já a adotaram.
Outras mudanças
Entre as alterações propostas, o relator incluiu a definição de uma duração mínima para o tratamento hormonal, igual ao dobro da pena máxima prevista para o crime praticado. Também foi feita a substituição da expressão “castração química” por “tratamento químico hormonal voltado para a contenção da libido”, visando uma abordagem mais adequada e menos estigmatizante.
Essas mudanças, somadas à regulamentação da atuação da Comissão Técnica de Classificação, refletem o compromisso do Senado em buscar soluções eficazes e humanizadas para lidar com crimes sexuais e prevenir a reincidência. A proposta agora segue para a Câmara dos Deputados, onde deverá ser discutida e votada em breve.