Pequena cidade do Seridó faz história ao bordar jaquetas olímpicas para Paris 2024 e representa a fauna brasileira nas peças

A tradição do bordado em Timbaúba dos Batistas remonta séculos, com raízes na colonização portuguesa que se estabeleceu na região no século 18. As técnicas e estilos aplicados pelas mulheres timbaubenses remetem aos bordados tradicionais, carregando consigo a história e cultura local.
O projeto de bordar as jaquetas da delegação olímpica foi fruto de uma parceria entre a Associação das Bordadeiras de Timbaúba dos Batistas, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Instituto Riachuelo. As peças entregues recentemente carregam em si a identidade brasileira, representada por bordados de animais como araras, tucanos e onças-pintadas.
A presidente da Associação, Salmira Torres, explicou como surgiu a ideia do projeto e como as mulheres da cidade se envolveram. O apoio do Sebrae também foi fundamental, não apenas na produção das jaquetas, mas também na capacitação e qualificação das bordadeiras, conectando-as diretamente aos consumidores.
A tradição do bordado em Timbaúba dos Batistas não é apenas uma arte, mas sim uma fonte de renda para muitas famílias. A Cooperativa das Mãos Artesanais, fundada em 1993, e a Casa das Bordadeiras, criada em 2006, são exemplos do reconhecimento e organização do trabalho das bordadeiras na cidade.
Com aproximadamente 700 pessoas trabalhando com bordado, o equivalente a um terço da população local, Timbaúba dos Batistas se destaca como um polo artesanal e cultural. As próximas etapas do projeto incluem a expansão da Casa das Bordadeiras e a implantação de uma feira diária de artesanato, cultura e gastronomia, visando transformar a cidade em um centro de distribuição e turismo.
Assim, o legado das bordadeiras de Timbaúba dos Batistas segue sendo uma história de tradição, empreendedorismo e superação, que agora ganha visibilidade internacional através das jaquetas olímpicas que levam consigo um pouco da alma e identidade do Brasil.