
O candidato à Prefeitura de São Paulo, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), anunciou em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 10, que, se eleito, enviará um projeto de lei à Câmara Municipal para que empresas de aplicativos como Uber, 99 e iFood assumam “contrapartidas de responsabilidade financeira” na construção dos centros de apoio aos trabalhadores de aplicativos, conforme previsto em seu plano de governo para a capital paulista.
A última pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira, 5, revelou que Boulos está em empate técnico na primeira posição com o atual prefeito da cidade, Ricardo Nunes (MDB), e o influenciador Pablo Marçal (PRTB), todos com 22% das intenções de voto. A margem de erro do levantamento é de 3 pontos percentuais, com índice de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número SP-03608/2024.
Em entrevista exclusiva ao veículo, Boulos explicou que as empresas de aplicativos seriam responsáveis por uma parte significativa do investimento nos centros de apoio, conforme seu projeto de governo propõe. Ele prometeu enviar um projeto de lei à Câmara Municipal para estabelecer as responsabilidades das empresas. De acordo com o candidato, a criação desses centros visa oferecer suporte e assistência aos trabalhadores de aplicativos, incluindo consultoria jurídica, apoio administrativo e financeiro, orientações sobre microcrédito, entre outros serviços.
Boulos destacou a importância da participação das empresas no financiamento desses centros, enfatizando que é necessário que assumam suas responsabilidades. Ele mencionou a possibilidade de um Termo de Ajustamento de Conduta mediado pelo Ministério Público para resolver o impasse. O candidato ressaltou que é fundamental que o Poder Público assuma a responsabilidade para que o projeto se concretize, já que as empresas não têm priorizado o bem-estar dos trabalhadores de aplicativos.
No que diz respeito ao modelo de responsabilização das empresas, que poderia envolver a criação de um novo imposto, Boulos afirmou que os detalhes específicos do projeto de lei serão apresentados no plano de metas de sua gestão, caso seja eleito. Ele ressaltou que suas propostas para a capital são viáveis dentro do orçamento da cidade, sem a necessidade de aumentar o gasto com pessoal, conforme prevê a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Além disso, o candidato abordou o programa Poupatempo da Saúde, que prevê a criação de 16 equipamentos públicos na capital. Boulos explicou que o nome do projeto tem sido alvo de disputa judicial, mas defendeu a iniciativa como essencial para melhorar o atendimento na área da saúde. Ele criticou a atitude do governador Tarcísio de Freitas por entrar com uma ação contra o uso do nome “Poupatempo” em seu programa de governo.
Em relação à redução da velocidade nas vias da cidade, Boulos descartou a retomada desse projeto devido à falta de aceitação pela população. Ele enfatizou que sua gestão buscará implementar medidas que sejam bem recebidas e tragam benefícios para todos os cidadãos de São Paulo.