Juristas debatem erros e acertos da Lava Jato em Comissão da Câmara dos Deputados, com opiniões divididas sobre a operação.
21/05/2024 – 21:49
Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Comissão de Fiscalização Financeira e Controle
No dia 21 de maio de 2024, juristas de diferentes vertentes se reuniram na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados para debater os acertos e erros da Operação Lava Jato. O evento trouxe à tona opiniões divergentes sobre a investigação que marcou a história do combate à corrupção no Brasil.
Desde o seu início, em março de 2014, a Lava Jato envolveu o Ministério Público e a Polícia Federal em uma extensa apuração de denúncias de desvio bilionário de recursos na Petrobras. A advogada Ligia Maura Costa, professora da Fundação Getúlio Vargas e autora do livro “Lava Jato: histórias dos bastidores da maior investigação anticorrupção no Brasil”, fez um resumo detalhado da operação.
Segundo Ligia, a Lava Jato foi marcada por 79 fases, 1.450 mandados de busca e apreensão, 295 mandados de prisão, além de mais de 120 acordos de colaboração premiada e 150 denúncias contra mais de 500 investigados, revelando envolvimento de altos funcionários de governos, líderes empresariais e políticos influentes.
No entanto, a operação também recebeu críticas por supostas ilegalidades processuais, como conduções coercitivas controversas e questionamentos sobre a lisura das colaborações premiadas. Em 2019, o jornal digital Intercept divulgou uma série de conversas via Telegram entre o chefe da força-tarefa do Ministério Público, Deltan Dallagnol, e o juiz Sérgio Moro, gerando o episódio conhecido como “vaza jato”.
O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, apontou a instrumentalização do Judiciário pela Lava Jato e denunciou influências políticas diretas na operação, especialmente durante a eleição presidencial de 2018.
