Partido de extrema direita liderado por Marine Le Pen vence primeiro turno das eleições parlamentares na França, resultado final ainda incerto

Apesar da liderança do RN no primeiro turno, o resultado final dependerá de intensas negociações nos próximos dias antes do segundo turno, programado para a próxima semana. Há incerteza sobre a possibilidade do RN, que é contra a imigração e a União Europeia, formar um governo de “coabitação” com Macron. A expectativa é de que o partido obtenha a maioria dos assentos na Assembleia Nacional, embora projeções indicam que um resultado definitivo só será conhecido após o segundo turno.
A participação dos eleitores foi surpreendentemente alta em comparação com eleições anteriores, refletindo o intenso fervor político desencadeado por Macron ao convocar a votação parlamentar após a derrota de seu partido para o RN nas eleições europeias. As eleições legislativas antecipadas geraram incerteza política na França e causaram impactos financeiros nos mercados.
Com uma imagem renovada, o RN, que historicamente foi marginalizado, agora se encontra mais próximo do poder do que nunca. A estratégia de Le Pen de suavizar a imagem do partido, aliada à insatisfação dos eleitores com Macron e às preocupações crescentes sobre imigração e custo de vida, contribuíram para seu sucesso nas urnas.
A segunda etapa das eleições será marcada por negociações entre os partidos para formar alianças e coalizões em cada um dos 577 distritos eleitorais da França. A dinâmica política do país está mais incerta do que nunca, com a tradicional “frente republicana” que visa impedir o RN de chegar ao poder em um momento de grande turbulência política na França e na Europa. A decisão de Macron de convocar eleições antecipadas gerou um cenário político delicado e imprevisível, com amplas repercussões em toda a região.