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Promotor do TPI acusa líderes de Israel e Hamas de utilizar fome como arma de guerra em Gaza

O promotor do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim A. A. Khan KC, causou grande polêmica ao acusar o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, de utilizarem a fome como arma de guerra contra a população civil na Faixa de Gaza. Em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira (20), Khan fez sérias acusações contra as lideranças israelenses, pedindo a prisão de ambos e solicitando mandados de prisão para três líderes do grupo Hamas.

Segundo o comunicado divulgado pelo promotor, a investigação realizada pelo TPI mostrou que Israel privou de forma intencional e sistemática a população civil em Gaza de objetos essenciais à sobrevivência humana. O cerco total ao enclave palestino e as restrições impostas nas passagens de Rafah, Kerem Shalm e Erez são apontados como exemplos dessas ações.

Além disso, Khan afirmou que o fornecimento de água e eletricidade também foi cortado, prejudicando ainda mais a vida dos habitantes de Gaza. Esses atos foram considerados como parte de um plano comum para utilizar a fome como atos de guerra, visando punir coletivamente a população civil local.

As acusações do promotor não se limitaram apenas ao governo de Israel. Ele também solicitou a prisão dos líderes do Hamas Yahya Sinwar, Mohammed Diab Ibrahim Al-Masri e Ismael Haniyeh, por crimes supostamente cometidos durante um ataque contra Israel em outubro de 2023. Os atos incluem a manutenção de reféns em condições desumanas, com relatos de violência sexual.

Diante dessas graves acusações, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Kartz, classificou a decisão do promotor como ultrajante e um ataque às vítimas do conflito. O governo israelense prometeu lutar contra essa decisão, buscando apoio de ministros de negócios estrangeiros de outros países para se oporem à prisão dos líderes israelenses.

Em meio a essa tensão crescente, o promotor do TPI reforçou a importância de aplicar a lei de forma equitativa e igual para todos, buscando provar que as vidas de todos os seres humanos têm igual valor. A decisão final sobre os mandados de prisão será analisada pelos juízes do tribunal internacional em Haia, nos Países Baixos.

Essa situação delicada promete gerar repercussões significativas na comunidade internacional, com desdobramentos políticos e jurídicos que podem impactar diretamente o cenário do conflito entre Israel e Palestina.

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