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Virada Cultural de São Paulo decepciona com line-up estagnado e atrasos técnicos em palcos, apesar de esforços de democratização e solidariedade.




Virada Cultural Paulistana: análise crítica de um evento marcado por atrasos e ausências

Virada Cultural paulistana: um evento marcado por atrasos e ausências

A última edição da Virada Cultural paulistana, que ocorreu neste domingo, foi alvo de críticas por parte do público e da imprensa. Considerada a mais cara da última década, o evento não trouxe grandes novidades e apresentou uma escalação que desagradou muitos espectadores.

Entre os artistas que se apresentaram nas 12 arenas espalhadas pela cidade, muitos já haviam perdido relevância nos últimos anos, como Latino, Michel Teló e a dupla Maria Cecília e Rodolfo. Embora tenham sido incluídas atrações de apelo popular, como Pabllo Vittar, Kevin O Chris e Gloria Groove, a falta de artistas inéditos no evento foi notável.

Além disso, a ausência de nomes consagrados da MPB, como Caetano Veloso e Elza Soares, e do hip-hop, como Mano Brown e Emicida, também foi sentida pelo público presente.

Os atrasos foram uma constante durante a Virada Cultural, com problemas técnicos nos palcos sendo apontados como a principal causa. O cantor Léo Santana, por exemplo, teve seu show adiado devido a falhas nas luzes da arena do vale do Anhangabaú.

Outros contratempos incluíram o cancelamento de dois shows, sendo um deles do rapper Hungria, que não pôde se apresentar devido a uma pneumonia.

Mesmo diante dessas dificuldades, a Virada Cultural conseguiu manter sua proposta de democratizar a arte e oferecer um evento acessível a pessoas de diferentes origens e classes sociais. A prefeitura, responsável pelo evento, utilizou uma estratégia de solidariedade ao incentivar doações para o Rio Grande do Sul, que enfrenta uma grave situação ambiental.

Com um custo aproximado de R$60 milhões, o evento contou com cachês altos para os artistas, como os R$500 mil recebidos por Léo Santana. Apesar disso, o coordenador da Virada, Bruno Santos, aponta que o retorno financeiro compensa os gastos, prevendo um impacto positivo de R$120 milhões na economia da cidade e a geração de 2.000 empregos.

O melhor da Virada Cultural

  • Pabllo Vittar e o show com músicas do seu novo álbum ‘Batidão Tropical Vol. 2’
  • Joelma, que trouxe a sonoridade nortista para a cidade de São Paulo
  • Matuê fez bom show, com fãs vibrando o tempo inteiro
  • Doações, entregues pelo público, mostraram solidariedade com população sofrida do Rio Grande do Sul
  • Segurança, que em geral funcionou, com pequenas ocorrências, ao contrários dos últimos anos

O pior

  • MC Lipi, que não apareceu em seu show e não deu nenhuma explicação
  • Julian Marley fez show arrastado, que não empolgou
  • Atrasos dominaram os shows em diversos palcos da cidade, irritando boa parte do público
  • As opções de comida não eram as melhores ao longo da festa
  • Problemas técnicos, como o som que ficou bem baixo por todo o show de Gloria Groove e a falha na luz antes da apresentação de Léo Santana

Em resumo, a Virada Cultural paulistana deste ano enfrentou desafios, mas conseguiu manter viva sua proposta de democratização da arte, apesar de críticas e contratempos. O evento continua sendo uma oportunidade única para que pessoas de diferentes camadas sociais possam vivenciar a cultura de forma acessível e inclusiva.

Colaboraram Amanda Cavalcanti, Anne Meire, Arthur Guimarães, Bruno Xavier, Felipe Bramucci, Gabriel Justo, Ítalo Leite, Laura Intrieri e Matheus Rocha


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