Pancadaria no Parlamento de Taiwan: tensão política no ar

Na última sexta-feira, cenas de pancadaria chocaram o mundo quando parlamentares de Taiwan entraram em confronto no Legislativo. Os ânimos exaltados levaram o presidente eleito, Lai Ching-te, a antecipar seu discurso de posse, que está marcado para esta segunda-feira. Em um apelo nas redes sociais, Lai pediu que os partidos do governo e da oposição voltem a ter discussões racionais para restabelecer o funcionamento das deliberações.

Os protestos violentos ocorreram durante a leitura de uma reforma que ampliava os poderes de fiscalização do governo pelos parlamentares. Proposta pelos partidos Kuomintang (KMT) e Partido do Povo de Taiwan (PPT), que agora controlam o Legislativo, a reforma foi questionada pelo Partido Democrático Progressista (PDP), ao qual Lai pertence.

Próximo ao discurso de posse, autoridades do novo governo adiantaram que Lai defenderá a estabilidade e a manutenção do status quo nas relações com a China. A expectativa era de moderação do novo presidente, que antes defendia a independência da ilha, mas ao longo da campanha adotou uma postura mais cautelosa.

De acordo com Yan Zhensheng, professor de ciência política da Universidade Nacional de Taiwan, é improvável que Lai assuma uma postura pró-independência logo no início do mandato. Porém, também é improvável que ele ofereça uma trégua a Pequim. Há um cenário de incerteza política na ilha, especialmente diante das tensões com o governo chinês.

Além das questões internas, Taiwan enfrenta pressões externas, com ações ostensivas da China, como as patrulhas em torno da ilha de Kinmen. As relações comerciais com a China também estão em pauta, com um possível acordo comercial que pode ser retomado no Legislativo.

A posse de Lai Ching-te contará com representantes dos EUA, Japão, Alemanha e outros países, além do presidente do Paraguai. Com a tensão política em Taiwan, o cenário para os próximos meses permanece incerto, com desafios internos e externos que exigem uma abordagem diplomática e cautelosa.

A LINHA DO TEMPO DE TAIWAN

1601-1682: Ilha não tem autoridade central. É parcialmente ocupada por europeus e exilados da dinastia Ming por algumas décadas

… (demais informações da linha do tempo de Taiwan)