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Relação direta entre enchentes no RS e negligência na gestão do risco climático por parte dos municípios e políticos.




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Enchentes no Rio Grande do Sul: a negligência da gestão de riscos climáticos

A análise comparativa dos mapas revela sem margem para dúvidas: existe uma relação direta entre os municípios gaúchos afetados pelas enchentes e a falta de medidas de gestão e prevenção de riscos climáticos.

Dos 497 municípios do estado, 476 não implementaram sequer metade das 20 ações e planos de prevenção que poderiam minimizar os impactos das chuvas. Será necessário esperar por uma catástrofe para que a urgência das questões climáticas seja reconhecida? Os dados já indicavam quais municípios estavam em situação de vulnerabilidade devido à falta de gestão de riscos climáticos.

Uma possível solução seria a criação de uma Agência Nacional de Segurança Climática, responsável por orientar os municípios, cobrar a implementação das medidas de prevenção e denunciar a falta de avanços. Estamos lidando com a preservação de vidas, o que não admite hesitações. Quem será responsabilizado pelas mortes que poderiam ter sido evitadas caso o poder público tivesse agido preventivamente?

As responsabilidades em relação às questões climáticas são compartilhadas, porém diferenciadas. Como destacado no Relatório Brundtland, todos os países contribuem para o aquecimento global, mas os mais desenvolvidos carregam uma maior responsabilidade. No caso dos políticos, a responsabilidade pelas enchentes no Rio Grande do Sul não recai apenas sobre os prefeitos individualmente, mas também sobre os líderes políticos de forma coletiva. A grande maioria deles ainda não reconhece a gravidade da crise climática.


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