
Desinformação e influenciadores de extrema direita
Essas narrativas desinformativas têm sido impulsionadas por influenciadores ligados à extrema direita. É o que indica o relatório produzido pelo Netlab (Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais) da UFRJ. O UOL Confere também identificou ao menos sete deputados federais que disseminaram desinformação no plenário da Câmara. Cinco são do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, e dois do União Brasil.
Exército também virou alvo dos ataques. As conclusões do Netlab vão de encontro às da pesquisa Quaest, divulgada pelo UOL, que mostrou que 70% das menções ao Exército nas redes eram negativas. Especialistas consultados pela coluna da jornalista Letícia Casado apontam indícios de uma “máquina de fake news organizada e bem articulada” na desinformação sobre a suposta omissão de socorro ao RS. Um relatório do Monitor do Debate Político no Meio Digital, da USP, também relata a mesma situação acerca das narrativas online com teor antigoverno.
Extrema direita quer impedir que governo ganhe visibilidade na tragédia. Para a coordenadora do Netlab, Marie Santini, as publicações que desinformam sobre a atuação dos entes federativos, sobretudo do governo federal, têm como objetivo impedir que o governo capitalize a exposição das ações de socorro ao estado gaúcho.
O governo tem esse papel de coordenação. E é óbvio que, seja o governo que for, ele pode capitalizar em cima disso: ganha visibilidade, mostra as suas ações em todos os meios de comunicação. (…) Então, normalmente, os líderes quando lidam bem, eles saem mais fortes, com uma aprovação maior, que é o que a gente está vendo nas pesquisas. E a extrema direita entrou para impedir que isso aconteça.
