
Um achado recente está levantando preocupações sobre o risco de disseminação de um arbovírus negligenciado em áreas urbanas fora da região amazônica, juntamente com a identificação de casos importados. Essa descoberta tem alertado os cientistas para a necessidade de ampliar a testagem e monitorar um possível espalhamento da doença.
O alerta vem do estudo da Virological.
Naveca, um dos especialistas envolvidos, destaca que desde 2016 vem sendo apontada a importância de realizar testes para identificar casos de febres oropouche e mayaro, especialmente nos casos negativos de dengue. Para facilitar a detecção simultânea desses arbovírus, foi desenvolvido um protocolo de PCR em tempo real, que tem sido implementado em diferentes laboratórios desde então.
Os treinamentos para a implementação do protocolo iniciaram nos laboratórios estaduais de Roraima, Mato Grosso do Sul, Amazonas e Acre. Com a detecção de casos positivos, o Ministério da Saúde decidiu descentralizar os testes, levando-os a todos os Lacens do Brasil. Essa medida contribuiu para a identificação de casos em diversas regiões do país, conforme avaliação de Naveca.

O aumento da vigilância epidemiológica nos estados tem sido uma das consequências positivas desse trabalho. Naveca destaca que o ano atípico de calor no país, influenciado pelo fenômeno El Niño, tem auxiliado na proliferação do mosquito maruim, contribuindo para a intensificação da doença neste período.