Uma exposição inédita está prestes a acontecer no Museu Lasar Segall, em São Paulo. O destaque principal será o quadro “Viúva”, uma pintura de Lasar Segall datada de 1920 que havia sido dado como perdido durante décadas. A história por trás dessa obra de arte é fascinante e remete aos tempos conturbados da Segunda Guerra Mundial.
O quadro “Viúva” foi visto pela última vez em 1939, em uma exposição de arte considerada degenerada pelo regime nazista de Adolf Hitler. Por muito tempo, acredita-se que a obra tenha sido destruída, mas, surpreendentemente, resistiu à aniquilação nazista e foi recentemente recuperada em Paris pelo marchand Paulo Kuczynski.
Após mais de 80 anos resguardada, a pintura está em excelente estado e será mostrada ao público pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial. Além de “Viúva”, a exposição no Museu Lasar Segall contará com uma série de gravuras feitas pelo artista na mesma época em que criou a obra.
Segundo Kuczynski, o fato de “Viúva” ter sido salva da destruição nazista é um mistério intrigante. A obra retrata uma viúva e seus filhos, tema recorrente na produção de Segall, e representa um símbolo do sofrimento causado pela guerra. Durante a exposição em Essen, na Alemanha, em 1920, o quadro era acompanhado por diversos desenhos, gravuras e pinturas do artista.
A exposição da obra de Lasar Segall em São Paulo durará três meses e, em seguida, o destino de “Viúva” ainda é incerto. Museus ao redor do mundo já demonstraram interesse na peça, destacando sua importância histórica e cultural.
Recentemente, temos presenciado um ressurgimento da intolerância na sociedade, o que torna a resistência do pensamento livre e da arte ainda mais essencial. A sobrevivência de “Viúva” a tempos de extrema intolerância é um lembrete da importância da preservação da liberdade artística e do repúdio à opressão e à destruição.
