Governo dos EUA retira Cuba da lista de países que não cooperam contra o terrorismo, Brasil comemora e condena manutenção em outra lista

De acordo com o comunicado do Ministério das Relações Exteriores, a manutenção de Cuba nessa lista específica é repudiada pela maioria da comunidade internacional e pelos países da América Latina e do Caribe, conforme a Declaração aprovada na última Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Kingstown, na Jamaica. A retirada de Cuba da lista de países que não cooperam contra o terrorismo teve como base um relatório do Departamento de Estado dos EUA, que também manteve Coreia do Norte, Irã, Síria e Venezuela nessa categoria.
A decisão dos EUA foi vista como um gesto simbólico, uma vez que o embargo comercial e financeiro contra Cuba já dura mais de 60 anos. A inclusão de Cuba na lista de patrocinadores do terrorismo havia sido realizada no final do governo de Donald Trump, resultando em restrições adicionais ao embargo. O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, comentou nas redes sociais que a decisão dos EUA reconhece a cooperação de Cuba nos esforços contra o terrorismo.
Por sua vez, o governo cubano enfatizou em nota que a retirada da lista de países que não cooperam contra o terrorismo não é suficiente e pediu também a exclusão da lista de patrocinadores do terrorismo, além do fim do bloqueio econômico. O Ministério das Relações Exteriores de Cuba declarou que a inclusão na lista é unilateral e infundada, com o objetivo de difamar Estados soberanos e impor sanções econômicas coercivas.
A decisão dos EUA em relação a Cuba também foi analisada sob uma perspectiva eleitoral, com especialistas apontando que é uma forma de atrair o apoio da ala mais à esquerda do Partido Democrata e conquistar votos latino-americanos. Com as eleições presidenciais nos Estados Unidos marcadas para o dia 5 de novembro deste ano, a medida de Biden visa reduzir desgastes relacionados a questões como a guerra na Faixa de Gaza e fortalecer sua base de apoio eleitoral.