Chuvas devastam assentamentos do MST no RS, causando prejuízos de R$ 90 milhões e afetando 420 famílias assentadas

Os prejuízos causados pelas chuvas foram consideráveis, totalizando um montante de R$ 90 milhões segundo levantamento preliminar divulgado pelo MST. Alagamentos, inundações de casas, perda da produção de alimentos e danos em estruturas, ferramentas e maquinários foram alguns dos transtornos enfrentados pelas famílias dos assentamentos atingidos.
Os assentamentos afetados estão localizados na região metropolitana de Porto Alegre e na região central do estado, incluindo Integração Gaúcha (IRGA) e Colônia Nonoaiense (IPZ) em Eldorado do Sul, Santa Rita de Cássia e Sino em Nova Santa Rita, 19 de Setembro em Guaíba e Tempo Novo em Taquari.
O MST destaca a necessidade de uma mudança drástica no modelo de sociedade, de manejo ao meio ambiente e de produção agrícola para ajudar na reconstrução das áreas atingidas. Salete Carollo, da direção estadual do movimento, ressalta que as catástrofes são respostas da natureza às ações humanas e aponta que o sistema capitalista vigente tem contribuído para tais eventos devastadores.
No entanto, há desafios específicos enfrentados pelas famílias, como a recorrência das enchentes na região. Dionéia Soares Ribeiro, agricultora de arroz orgânico e coordenadora de insumos do MST no Rio Grande do Sul, expressa preocupação com a produção agroecológica em meio às condições climáticas cada vez mais severas.
Além dos impactos na produção de arroz, hortaliças, frutas e na pecuária leiteira, o estado como um todo enfrenta uma situação crítica. O número de mortes em consequência dos temporais já chega a 154, com 98 pessoas desaparecidas e 806 feridos. Mais de 618 mil pessoas foram afetadas pelas cheias dos rios, com um grande número de desalojados e abrigados provisoriamente.
As consequências das chuvas no Rio Grande do Sul são abrangentes, afetando a rotina de nove em cada dez municípios gaúchos e impactando mais de 2,2 milhões de pessoas, representando cerca de 20% da população do estado. O desafio agora é ajudar na reconstrução das áreas atingidas e propor soluções sustentáveis para evitar novas tragédias no futuro.