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Chuvas intensas no RS obrigam mais de 80 mil pessoas a deixarem casas e agravam vulnerabilidade da população em situação de rua

As fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul nos últimos dias causaram um impacto significativo na população do estado. Estima-se que pelo menos 80 mil pessoas tiveram que deixar suas casas e buscar abrigo em locais públicos ou entidades assistenciais. Essa situação agravou ainda mais a vulnerabilidade da população que já vivia em situação de rua, especialmente na cidade de Porto Alegre.

Segundo Elton Bozzetto, coordenador da Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de Porto Alegre, as chuvas intensas e as inundações resultantes ampliaram a fragilidade dos serviços oferecidos para essas pessoas. Um exemplo disso foi a situação da Escola Municipal de Ensino Fundamental Porto Alegre (EPA), que acolhe pessoas em situação de vulnerabilidade e foi severamente afetada pelas chuvas, forçando o trabalho a ser transferido para as ruas.

Além disso, a capital gaúcha conta com apenas quatro abrigos municipais e 18 pousadas contratadas pela prefeitura para acolher a população em situação de rua, o que já era considerado insuficiente antes da ocorrência das chuvas. Bozzetto ressaltou que a demanda por vagas já era alta e a situação piorou com a atual catástrofe climática.

Outro problema apontado pela Pastoral do Povo de Rua é a qualidade dos abrigos existentes em Porto Alegre. Segundo Bozzetto, esses locais são precários, superlotados e insalubres, não oferecendo um acompanhamento social adequado nem acesso a serviços básicos como saúde e educação. O incêndio em uma pousada que abrigava pessoas em situação de rua também foi um exemplo dos desafios enfrentados por essa população.

Diante desse cenário, as entidades que auxiliam a população em situação de rua têm enfrentado dificuldades devido à diminuição das doações desde o início das chuvas. Bozzetto fez um apelo à comunidade para contribuir com alimentos, roupas, materiais de higiene pessoal e qualquer tipo de ajuda que possa amenizar a situação dos mais afetados.

É importante ressaltar que, com a queda das temperaturas no estado nos últimos dias, a demanda por agasalhos aumentou significativamente. A Escola Municipal de Ensino Fundamental de Porto Alegre (EPA) está recebendo donativos e outras organizações também estão aceitando doações para auxiliar a população necessitada.

A Agência Brasil entrou em contato com a Prefeitura de Porto Alegre em busca de mais informações e aguarda por uma manifestação oficial sobre a situação relatada pelo coordenador da pastoral. Enquanto isso, a solidariedade e o apoio da comunidade são essenciais para ajudar aqueles que foram afetados pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul.

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