Brasileiros conscientes sobre mudanças climáticas, mas divididos sobre suas causas, revela pesquisa do CGEE.
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No entanto, apesar da consciência da população sobre as mudanças climáticas, há divergências quanto às razões por trás desses fenômenos. Enquanto 78,2% dos entrevistados acreditam que as transformações no clima são causadas pela ação humana, 19,6% acham que são naturais, sem intervenção do homem. Além disso, a percepção da gravidade das mudanças climáticas também varia: 60,5% consideram um “grave perigo para as pessoas no Brasil”, enquanto 11,8% acreditam que as mudanças não representam perigo.
Em relação ao interesse pela ciência e tecnologia, a pesquisa revelou que 60,3% dos entrevistados demonstram interesse nesse tema, mesmo que em menor proporção do que em áreas como medicina e saúde (77,9%) e meio ambiente (76,2%). O interesse por política foi o único que apresentou crescimento significativo nas últimas edições da pesquisa, passando de 23,2% em 2019 para 32,6% em 2023.
A pesquisa também apontou para desigualdades no acesso ao conhecimento científico, com diferenças de interesse relacionadas à região de moradia, idade, renda e participação política dos entrevistados. Para Yurij Castelfranchi, professor associado da UFMG, os resultados indicam a existência de “exilados da cidadania científica” no Brasil, apesar da maioria achar a ciência relevante e defender o aumento ou manutenção dos investimentos em pesquisa.
Outro ponto destacado na pesquisa foi a questão da desinformação, com metade dos entrevistados dizendo que se deparam frequentemente com notícias falsas. A maioria (61,8%) afirmou nunca compartilhar informações não verificadas, mas 36,5% admitem já ter compartilhado informações falsas.
No geral, a pesquisa revela um panorama complexo da relação da população brasileira com a ciência e tecnologia, indicando áreas de melhoria na comunicação científica e no combate à desinformação. Os resultados completos da pesquisa estão disponíveis para consulta na página do CGEE na internet.