Taxa de juros do cartão de crédito rotativo atinge 423,5% ao ano em abril, revela Banco Central.

O crédito rotativo, que tem a duração de 30 dias e é acionado quando o consumidor paga menos que o valor integral da fatura do cartão de crédito, apresenta uma das taxas mais altas do mercado. Mesmo com a entrada em vigor da lei que limita os juros do rotativo a 100% do valor da dívida, em janeiro deste ano, essa medida não afetou a taxa de juros pactuada no momento da concessão do crédito. Portanto, a redução dos juros do cartão rotativo nos últimos 12 meses foi de 23,8 pontos percentuais.
Após os 30 dias, as instituições financeiras oferecem a possibilidade de parcelamento da dívida do cartão de crédito. Nesse caso, os juros caíram 8,7 pontos percentuais no mês de abril e 18,5 pontos percentuais nos últimos 12 meses, ficando em 128% ao ano.
No crédito livre, a taxa média de juros das concessões para famílias teve uma redução de 0,4 ponto percentual no mês de abril, chegando a 53% ao ano. Já os juros do cheque especial subiram 1,8 ponto percentual no último mês, ficando em 129,9% ao ano.
Considerando as operações com empresas, os juros médios no crédito livre tiveram um aumento de 0,4 ponto percentual em abril, alcançando 21,3% ao ano. Destaca-se o aumento das taxas de capital de giro com prazo superior a 365 dias e do cartão de crédito rotativo.
O Banco Central também divulgou informações sobre o endividamento das famílias e a inadimplência, que tem se mantido estável, registrando 3,2% em abril. O endividamento das famílias aumentou ligeiramente em março, enquanto o comprometimento da renda teve uma pequena variação em relação aos meses anteriores. Os dados revelam um cenário desafiador para os consumidores, em meio a incertezas econômicas e a manutenção da taxa básica de juros em 10,5% ao ano pelo Copom.