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Conselho de Ética arquiva representação preliminar contra deputado Delegado Da Cunha por agressão à ex-companheira: veja os detalhes

Nesta quarta-feira (15), o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados votou pelo arquivamento da representação preliminar contra o deputado Delegado Da Cunha (PP-SP) por 13 votos a 5. A representação foi apresentada pelo PSOL após a divulgação de uma matéria jornalística que mostrava agressões do parlamentar à sua ex-companheira, Betina Grusieck.

O episódio de agressão aconteceu em 14 de outubro de 2023, quando Betina relatou à polícia que Da Cunha havia batido em sua cabeça e tentado sufocá-la. Em seu depoimento, ela afirmou ter usado um secador para se defender. O Ministério Público concluiu que a ação de Betina foi legítima, caracterizando-a como legítima defesa.

Após as agressões virem à tona, Da Cunha enviou uma mensagem à mãe de Betina pedindo que um vídeo com as imagens e áudios das agressões não fosse divulgado, alegando que isso poderia prejudicar sua vida e seu mandato parlamentar.

O relator do processo, deputado Albuquerque (Republicanos-RR), considerou que não houve quebra de decoro parlamentar por parte de Da Cunha e destacou a gravidade dos fatos, mas argumentou que a representação não demonstrou a relação entre as agressões e o desempenho do mandato do deputado.

Josenildo (PDT-AP) apresentou um voto em separado pedindo o prosseguimento da representação, destacando que os fatos deveriam ser investigados judicialmente. As deputadas Jack Rocha (PT-ES) e Ana Paula Lima (PT-SC) também defenderam a continuidade da investigação, ressaltando a gravidade da violência física e psicológica.

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) concordou com a necessidade de um posicionamento da Casa diante dos fatos e o deputado Alexandre Leite (União-SP) defendeu o arquivamento, classificando os incidentes como um “desentendimento doméstico”.

O Conselho de Ética deliberou e decidiu pelo arquivamento da representação, enquanto alguns parlamentares destacaram a importância de se averiguar devidamente os fatos e seus desdobramentos. A decisão gerou divergências de opiniões entre os membros do Conselho de Ética, evidenciando a complexidade envolvida em casos de violência doméstica e a necessidade de um debate mais aprofundado sobre violência e ética no exercício da atividade parlamentar.

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