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Petrobras recusa pedido do Ibama e não realizará estudos sobre impacto em povos indígenas na perfuração na foz do Amazonas.

A Petrobras se recusa a atender à solicitação feita pelo Ibama no processo de licenciamento ambiental que avalia a perfuração na foz do Amazonas. O órgão ambiental havia solicitado análises sobre os impactos para os povos indígenas, porém a empresa alega que tais estudos não são necessários nesse momento.

Em declaração nesta terça-feira (14), o diretor de Produção e Exploração da Petrobras, Joelson Mendes, afirmou que a empresa não realizará os estudos exigidos, argumentando que eles não são legais de acordo com a fase em que se encontra o processo de licenciamento. Mendes ressaltou que, caso seja descoberto petróleo na região, os estudos sobre os impactos para os povos indígenas seriam incluídos no processo de licenciamento da atividade de produção.

A exploração de petróleo na foz do Amazonas tem gerado preocupações entre grupos ambientalistas, que temem os impactos à biodiversidade. Em maio do ano passado, o Ibama negou o pedido da Petrobras para realizar atividades de perfuração marítima no bloco FZA-M-59. A Petrobras apresentou um pedido de reconsideração, no entanto ainda não obteve uma resposta. Recentemente, o Ibama afirmou que a nova solicitação não pode ser analisada sem os estudos relativos aos impactos para os povos indígenas.

A posição da Petrobras já foi comunicada ao Ministério Público do Amapá e à Fundação Nacional dos Povos Indígenas. Mendes espera que a Advocacia-Geral da União intervenha junto ao Ibama para resolver a questão, alegando que o pedido feito pelo órgão ambiental não é adequado no momento do processo de licenciamento.

O assunto foi abordado durante uma coletiva de imprensa sobre os resultados financeiros da Petrobras no primeiro trimestre de 2024. A empresa registrou um lucro líquido de R$23,7 bilhões, uma queda de 37,9% em comparação com o mesmo período do ano anterior. O diretor financeiro da Petrobras, Sérgio Caetano Leite, atribuiu a redução do lucro líquido principalmente à variação cambial, que causou um impacto de cerca de US$2 bilhões.

Apesar da queda nos lucros, Leite destacou que o resultado foi considerado positivo se comparado ao primeiro trimestre de 2021, quando o lucro líquido foi quase zero. Ele ressaltou que, mesmo que o resultado não tenha sido ideal, foi considerado muito bom em comparação com períodos anteriores.

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