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Ministério Público Federal denuncia agentes da ditadura por participação na execução de Carlos Marighella em operação policial em São Paulo.

O Ministério Público Federal (MPF) apresenta uma denúncia contra cinco indivíduos envolvidos na morte do líder guerrilheiro Carlos Marighella em 1969, na região dos Jardins, em São Paulo. O assassinato de Marighella foi conduzido pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury, conhecido agente da repressão da ditadura militar. Os agentes da repressão Amador Navarro Parra, Djalma Oliveira da Silva, Luiz Antônio Mariano e Walter Francisco faziam parte das equipes policiais que participaram da operação para eliminar Marighella, conforme a investigação do MPF.

Além dos agentes, o legista Harry Shiabata também foi denunciado, pois, segundo o MPF, em seu laudo, ele teria ocultado informações que indicavam que Marighella foi executado. Os policiais alegaram que o guerrilheiro foi morto durante uma troca de tiros, mas evidências encontradas mostram que houve um disparo a curta distância, indicando uma execução. A procuradoria destaca que Marighella estava desarmado e poderia ter sido imobilizado e preso, em vez de morto.

O procurador Andrey Borges de Mendonça, responsável pela denúncia, argumenta que a intenção desde o início era matar Marighella e não prendê-lo vivo, caracterizando um crime contra a humanidade. O MPF reitera que o Brasil já foi condenado duas vezes pela Corte Interamericana de Direitos Humanos por crimes cometidos durante a ditadura militar, e que é fundamental investigar e responsabilizar os envolvidos em assassinatos, torturas e desaparecimentos forçados nesse período sombrio da história do país.

O contexto de perseguição sistemática do Estado brasileiro contra a população civil durante a ditadura militar é ressaltado pelo MPF, que destaca a gravidade dos crimes cometidos nesse período. Portanto, a denúncia contra os envolvidos na morte de Carlos Marighella visa não apenas buscar justiça pela execução do líder guerrilheiro, mas também reforçar a importância de responsabilizar aqueles que cometeram crimes contra os direitos humanos.

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