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Senadores da CPI da Pandemia pedem desarquivamento de indiciamentos contra Bolsonaro e ex-ministros em reunião com procurador-geral da República







Artigo Jornalístico

Sentimentos encontrados marcaram o encontro entre senadores que integraram a CPI da Pandemia em 2021 e o atual procurador-geral da República, Paulo Gonet. A reunião teve como objetivo principal buscar o desarquivamento dos pedidos de indiciamento contra figuras proeminentes do cenário político como o ex-presidente Jair Bolsonaro, os ex-ministros da Saúde Eduardo Pazuello e Marcelo Queiroga, além de parlamentares e empresários. O antecessor de Gonet, Augusto Aras, havia rejeitado as solicitações da CPI para a abertura de inquéritos contra os nomes apontados no relatório final, que recomendava o indiciamento de 66 indivíduos e duas empresas por supostos crimes cometidos durante a pandemia.

O senador Randolfe Rodrigues (AP) relatou que Gonet demonstrou interesse em analisar as conclusões dos seis meses de investigações realizadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito.

“Ele [Gonet] indicou que a CPI e seu trabalho são louváveis e serão devidamente reconhecidos por ele no âmbito da PGR. Para nós, isso é crucial, pois saímos da reunião convictos de que não haverá impunidade para as mais de 700 mil vítimas brasileiras que perderam suas vidas”, afirmou Randolfe.

Por outro lado, o senador Marcos Rogério (PL-RO), que também fez parte da CPI da Pandemia, criticou a iniciativa dos colegas, alegando que o ex-procurador Augusto Aras havia fundamentado sua recusa com base na falta de evidências para os indiciamentos solicitados pela comissão.

“Não vejo motivo para ressuscitar questões que já foram encerradas. Eles exploraram narrativas que não se sustentam. O Ministério Público Federal é único e já se pronunciou a esse respeito. Parece que estão tentando reviver narrativas para manter o debate político baseado em teorias frágeis”, disse Marcos Rogério.

Das onze solicitações de ação penal, Augusto Aras negou dez. Quatro delas foram arquivadas de forma definitiva e as outras seis estão em processo de recurso pela CPI no Supremo Tribunal Federal. Apenas um caso está em tramitação na Justiça Federal do Amazonas. Após longos seis meses de investigação, a CPI da Pandemia aprovou o extenso relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL), contendo mais de mil páginas, que incluíram pedidos de indiciamentos e sugestões de projetos de lei.


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