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Bicheiro gastava mais de R$ 200 mil por mês com segurança particular; 17 policiais presos em megaoperação contra organização criminosa.







Operação contra bicheiro revela esquema de corrupção com policiais no Rio de Janeiro

Operação contra bicheiro revela esquema de corrupção com policiais no Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, uma denúncia apresentada pelo Ministério Público chocou a população. O bicheiro Rogério de Andrade estava gastando quantias exorbitantes com seguranças particulares. E não se tratava de um número qualquer, eram 36 seguranças com salários que chegavam a variar entre R$ 5,6 mil e R$ 7,6 mil, valores compatíveis com a remuneração de soldados e oficiais da Polícia Militar do estado.

A ação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em parceria com a Corregedoria-Geral da Polícia Militar resultou na prisão de 17 policiais acusados de trabalhar na segurança do bicheiro. Outros 31 pessoas foram denunciadas pela organização criminosa, e mandados de prisão foram expedidos para 18 policiais militares da ativa, um reformado e um policial penal, além de 50 de busca e apreensão.

A investigação teve início com a operação Calígula realizada em maio de 2022, quando bingos foram fechados e diversas pessoas foram denunciadas por crimes como organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Entre os presos na época estavam os delegados Marcos Cipriano e Adriana Belém, onde na casa desta última foram encontrados R$ 2 milhões em espécie.

Posteriormente, o bicheiro Rogério e seu filho Gustavo foram alvo de uma operação da Polícia Federal. Uma lista de pagamentos de propinas a policiais foi encontrada em uma casa do contraventor em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro.

A denúncia apresentada à Justiça aponta que os policiais, mesmo durante o período em que o bicheiro estava foragido, continuavam a receber pagamentos e realizar missões para garantir a segurança e circulação de Rogério de Andrade. Eles atuavam em territórios disputados pelo bicho, monitoravam veículos próximos à casa do bicheiro e criavam operações falsas para camuflar sua relação com ele.

Os policiais envolvidos devem responder por diversos crimes, como corrupção ativa, extorsão, lesão corporal grave e lavagem de dinheiro, dentro do contexto da organização criminosa comandada por Rogério de Andrade.

Após analisar a denúncia, o juiz Ricardo Robert Fairclough acatou o pedido do Ministério Público e deu prazo de 10 dias para que as defesas dos acusados se manifestem por escrito. “Diante do quadro trazido pelo Ministério Público, torna-se incompatível qualquer tipo de ligação com a organização criminosa em questão”, afirmou o juiz em sua decisão.


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