Justiça absolve PMs envolvidos na morte de Claudia Silva Ferreira, arrastada por viatura da PM no Rio de Janeiro, causando indignação.
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A decisão que absolveu os PMs foi tomada pelo juiz do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Alexandre Abrahão Dias Teixeira, no dia 22 de fevereiro. O processo envolvia acusações de homicídio contra os policiais Rodrigo Medeiros Boaventura e Zaqueu de Jesus Pereira Bueno, que foram acusados de atirar em direção à vítima. No entanto, o juiz entendeu que não havia indícios suficientes para comprovar a autoria dos disparos que atingiram Claudia.
Além disso, outros quatro policiais, Adir Serrano Machado, Alex Sandro da Silva Alves, Rodney Miguel Archanjo e Gustavo Ribeiro Meirelles, também enfrentavam acusações de fraude processual por terem removido o corpo da vítima do local onde ela foi baleada. A absolvição de todos os policiais gerou revolta não apenas na família de Claudia, mas também entre ativistas e organizações civis.
Ativistas repudiaram a decisão do juiz, ressaltando a falta de responsabilização dos policiais envolvidos na morte de Claudia. A diretora executiva da organização Criola, Lucia Xavier, afirmou estar chocada com a absolvição dos policiais que mataram e arrastaram o corpo de uma mulher negra, mãe e trabalhadora.
A Anistia Internacional no Brasil também se manifestou, expressando tristeza e desalento diante da decisão do juiz. A instituição criticou o uso da palavra “erro de execução” pelo juiz para justificar os tiros que atingiram Claudia, ressaltando que esses erros se repetem contra pessoas negras, demonstrando a desumanização das vítimas.
A família de Claudia, assim como os ativistas e organizações que lutam por justiça e direitos humanos, continuam a expressar sua revolta e indignação diante da impunidade dos policiais envolvidos na morte brutal da auxiliar de serviços gerais. Após dez anos de luta por justiça, a absolvição dos acusados representa mais um golpe para aqueles que buscam por respostas e reparação diante de uma tragédia que marcou a história do Rio de Janeiro.