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Mineradoras Vale, BHP e Samarco condenadas a pagar R$ 47,6 bilhões por crime ambiental de Mariana (MG) pela Justiça Federal






Condenação das mineradoras por crime ambiental em Mariana


Com a decisão da Justiça Federal de condenar as mineradoras Vale, BHP e Samarco a pagarem R$ 47,6 bilhões em indenização pelo crime ambiental de Mariana (MG), o caso ganhou destaque nos noticiários e mídias especializadas. A Justiça considerou que as mineradoras violaram os direitos humanos das comunidades atingidas, causando danos morais coletivos.

Em novembro de 2015, a Barragem do Fundão, utilizada para armazenar rejeitos de minério de ferro explorados pela Samarco, rompeu, causando a morte de dezenove pessoas e impactando severamente o meio ambiente até o Rio Doce. A decisão do juiz federal Vinicius Cobucci foi publicada no dia 25 de março, exatos cinco anos após o desastre de Brumadinho envolvendo a Vale, também em Minas Gerais.

Segundo Cobucci, a indenização pelo dano moral coletivo tem como propósito garantir que o crime não se repita, citando a ausência de uma resposta jurídica adequada como possível contribuinte para o rompimento da barragem em Brumadinho, em 2019. Além disso, a decisão indicou que o valor deve ser corrigido e acrescido de juros desde 2015, sendo destinado ao fundo do governo federal criado para reparação do crime ambiental em Mariana.

Os danos, de acordo com a decisão judiciária, não se limitam apenas aos locais atingidos, mas se estendem para as gerações futuras das comunidades afetadas. A degradação ambiental, a perda de vidas, a destruição da flora e fauna, o sofrimento de animais, a perda da qualidade de vida e os efeitos negativos no ecossistema foram destacados como consequências do rompimento da barragem.

Além dos danos morais coletivos, o Ministério Público solicitava a condenação das mineradoras por danos sociais e individuais. Cobucci considerou que o dano social está incluso no dano moral, porém os danos individuais não foram analisados devido a questões técnicas, segundo o juiz.

A repercussão política também marcou o desfecho do caso, com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, atribuindo a queda das ações da Vale à decisão da Justiça Federal. No entanto, a queda das ações já havia iniciado antes da conclusão do processo judicial, relacionada à suposta intenção do governo do ex-presidente Lula de indicar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para o Conselho de Administração da Vale.

Dessa forma, a condenação das mineradoras por seu envolvimento no desastre de Mariana continuará a influenciar não apenas o setor econômico, mas também o político e o ambiental nos anos vindouros.

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