São Paulo chega aos 470 anos com maioria da população querendo sair, aponta pesquisa
Nesta quinta-feira, 25 de janeiro, a cidade de São Paulo completa 470 anos de existência. Com uma população de 11,5 milhões de pessoas, a capital paulista é maior do que muitos países, como Portugal, Paraguai e Suécia. Apesar de ser historicamente a cidade mais atrativa do Brasil, a maioria dos moradores expressa um desejo de deixá-la, de acordo com uma pesquisa da Rede Nossa São Paulo.
Segundo a pesquisa, 60% dos residentes de São Paulo afirmam que desejam sair da cidade. Esse resultado traz pouca variação desde 2009, quando 57% dos entrevistados expressaram o mesmo desejo. Para Jorge Abrahão, coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo, apesar de a cidade oferecer muitas oportunidades de trabalho, cultura, educação e conhecimento, a maioria dos moradores não consegue acessar essas vantagens e acaba convivendo com os problemas da metrópole, como trânsito, dificuldades na moradia e violência.
Abrahão destaca que a chave para mudar o desejo da população de deixar a cidade está na democratização, o que demanda um maior envolvimento da população nas decisões sobre os rumos da capital. No entanto, a pesquisa aponta que a maioria dos paulistanos não tem vontade de participar da vida política do município, o que gera preocupações sobre a possibilidade de que aventureiros apareçam na política.
Por outro lado, Abrahão ressalta que o desejo de cerca de 1 milhão de pessoas em participar ativamente da política deveria ser encarado como uma oportunidade para a abertura de novos espaços de participação popular. Ele afirma que a visão dessa população deveria ser considerada nas tomadas de decisão, que geraria uma aproximação da política com a sociedade, contribuindo para o avanço da cidade.
Além disso, a pesquisa revela que 30% da população avaliaram que a qualidade de vida na cidade melhorou nos últimos 12 meses, enquanto 47% indicaram que a qualidade permaneceu estável e 22% acreditam que piorou. Os resultados demonstram que a administração municipal e a Câmara dos Vereadores enfrentam índices de aprovação baixos por parte dos moradores.
A pesquisa enfatiza a necessidade de se repensar estratégias para garantir a participação popular efetiva na tomada de decisões que impactam a vida dos habitantes de São Paulo.
