Ato em Brumadinho homenageia vítimas e cobra justiça e reparação pela tragédia do rompimento da barragem da Vale

O rompimento da barragem em 25 de janeiro de 2019 resultou na perda de 272 vidas, incluindo dois bebês de mulheres grávidas. Desde então, a Associação dos Familiares das Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem em Brumadinho (Avabrum) chama cada vítima de joia, como resposta ao ex-presidente da Vale, Fábio Schvartsman, que na época da tragédia avaliou que a Vale era uma “joia brasileira” que não poderia ser condenada. De acordo com a presidente da Avabrum, Andresa Rodrigues, a reparação para eles é a responsabilização criminal, a identificação de todas as joias e a mudança do atual sistema predatório de mineração.
As críticas ao acordo de reparação apontaram que, embora tenham sido previstos investimentos socioeconômicos, ações de recuperação socioambiental, segurança hídrica, melhorias dos serviços públicos e obras de mobilidade urbana, questões como responsabilização criminal, identificação das vítimas e mudança do sistema predatório de mineração não foram abordadas no acordo. Além disso, representantes das instituições de Justiça e do executivo mineiro apresentaram um balanço positivo da implementação das medidas nos últimos três anos, afirmando que o acordo foi o melhor caminho.
O Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) também criticou o acordo, mencionando que a reparação integral não foi alcançada e que os direitos individuais e questões criminais foram deixados de lado. Eles ainda apontaram que as indenizações foram insuficientes e que a Vale ganhou o direito de determinar os impactos ambientais do desastre.
Além das críticas ao acordo, a manifestação em Brumadinho também cobrou a responsabilização criminal dos envolvidos, em especial do ex-presidente da Vale, Fábio Schvartsman, que obteve voto favorável em um pedido de habeas corpus. A Avabrum reforçou a importância de que a Justiça seja feita e que todos os responsáveis sejam condenados.
Diante do cenário, a falta de punições após cinco anos foi destacada como um absurdo, e a impunidade foi apontada como um cheque em branco para que as mineradoras cometam novos crimes. A investigação da Polícia Federal, que indiciou 19 pessoas, ainda permanece em sigilo, gerando pedidos para que esse sigilo seja retirado.
A Vale afirmou que sempre colaborou com as autoridades e continuará colaborando, enquanto a defesa de Fábio Schvartsman optou por se manifestar em respeito à Justiça, considerando que o julgamento do habeas corpus está em andamento. No entanto, as críticas ao acordo de reparação e as cobranças por responsabilização criminal continuam sendo questões centrais para os atingidos e suas famílias em Brumadinho.