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MPRJ pede pronunciamento de acusados pela morte de João Pedro Mattos Pinto para levá-los a júri popular.





O Ministério Público do Rio (MPRJ) pediu para que os policiais acusados pela morte do adolescente João Pedro Mattos Pinto, de 14 anos, se pronunciem para que sejam levados a júri popular.

A solicitação do MPRJ está relacionada à morte de João Pedro, que foi atingido por um tiro de fuzil durante uma operação das polícias Civil e Federal, em 2020, no complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana. O adolescente estava brincando com os primos na casa de parentes quando foi alvejado na barriga. Ele foi posteriormente levado para um helicóptero e ficou desaparecido por 17 horas, até ser declarado morto.

Três policiais civis são réus pela morte de João Pedro. Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando de Brito Meister respondem por homicídio doloso e fraude processual.

Na época, os policiais alegaram que seguranças dos traficantes da região teriam disparado contra eles, originando um confronto. No entanto, segundo a denúncia do MPRJ, os policiais “adentraram no terreno e alvejaram, sem nenhum motivo justificador, a residência em cujo interior se encontravam seis jovens desarmados, vindo a atingir e matar a vítima”.

Adicionalmente, a denúncia aponta que Mauro, Maxwell e Meister alteraram o local do crime com a “intenção de criar vestígios de suposto confronto com criminosos”. Eles teriam plantado diversos artefatos explosivos e uma pistola, além de produzido marcas de disparos de arma de fogo junto ao portão da garagem do imóvel.

O Ministério Público comunicou à Justiça que o crime foi cometido “por motivo torpe, pelo fato de os denunciados presumirem haver criminosos no local, pretendendo agir ofensivamente para matá-los mesmo sem que houvessem”. A denúncia foi aceita em 2022.

No processo em andamento, diversas testemunhas, incluindo policiais que atuaram na operação, mas não estavam presentes no momento da morte, foram ouvidas. As crianças que estavam dentro da casa no momento em que João Pedro foi morto também prestaram depoimento. A última audiência do caso ocorreu em novembro do ano passado.

De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), o processo está em fase de alegações finais, e ainda não há data prevista para o júri popular.

A CNN está tentando entrar em contato com a defesa dos policiais. A Defensoria Pública do Rio, que representa a família de João Pedro, também foi procurada pela reportagem.

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