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Ministério da Saúde anuncia incorporação de vacina contra a dengue no SUS com foco em públicos e regiões prioritárias.

O Ministério da Saúde anunciou recentemente a incorporação da vacina contra a dengue no Sistema Único de Saúde (SUS). Após a recomendação da Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias (Conitec), a vacina Qdenga, fabricada pela empresa japonesa Takeda, passará a ser utilizada prioritariamente em regiões do país com alta incidência e transmissão do vírus, e em faixas etárias de maior risco para a doença.

De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, a vacinação será focada em públicos específicos e em regiões consideradas prioritárias, devido à capacidade restrita de fornecimento de doses por parte da Takeda. A previsão é que sejam entregues 5.082 milhões de doses entre fevereiro e novembro de 2024, com um esquema vacinal composto por duas doses, com intervalo de 90 dias entre elas.

A faixa etária recomendada para a vacinação, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é entre 6 e 16 anos. No entanto, o Ministério da Saúde anunciou que a definição da idade a ser priorizada dentro desse intervalo será feita em conjunto com estados e municípios, devido ao quantitativo reduzido de doses.

A vacina Qdenga é tetravalente, protegendo contra os quatro sorotipos do vírus da dengue. Ela é administrada em duas doses, independentemente do paciente ter tido ou não dengue previamente. No entanto, é contraindicada para gestantes, mulheres que estão amamentando, pessoas com imunodeficiências e indivíduos que tiveram reação de hipersensibilidade à dose anterior.

A eficácia da vacina contra os sorotipos da dengue foi avaliada, mostrando uma proteção de 69,8% contra o DENV-1, 95,1% contra o DENV-2 e 48,9% contra o DENV-3. A eficácia contra o DENV-4 não pôde ser avaliada devido ao número insuficiente de casos durante o estudo. Além disso, a vacina protege contra hospitalizações por dengue confirmada laboratorialmente, com uma proteção geral de 84,1%.

É importante ressaltar que a vacina Qdenga não protege contra outras arboviroses, como zika, chikungunya e febre amarela. Para a febre amarela, o Brasil dispõe de duas vacinas aprovadas, uma produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e outra pela Sanofi Pasteur.

A vacina Qdenga é a primeira do gênero aprovada no Brasil para um público mais amplo, já que a vacina aprovada anteriormente, Dengvaxia, só pode ser utilizada por quem já teve dengue. A Dengvaxia não foi incorporada ao SUS e é contraindicada para indivíduos que nunca tiveram contato com o vírus da dengue devido ao risco de desenvolver quadros graves da doença.

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