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Remake de “Renascer” estreia enfrentando crise similar à da década de 90 e busca contornar situação delicada da audiência.



Remake de “Renascer” estreia em meio a crises similares à época original

O remake da novela “Renascer”, que estreia nesta segunda-feira, encontra um cenário similar ao da exibição original há três décadas. Naquela época, a faixa das nove da Globo, que era exibida às oito, vivia uma crise com a perda do domínio da audiência. A emissora rejeitou a ideia do autor Benedito Ruy Barbosa para a saga de José Leôncio, mas acabou recontratando o autor para criar a obra-prima que se tornou “Renascer”. Agora, a Globo chama Bruno Luperi, neto de Barbosa e responsável pelo remake de “Pantanal”, para adaptar “Renascer”.

Comentando sobre as condições atuais da emissora, a autora destaca que “Terra e Paixão” estreou com a pior audiência da história do horário nobre da Globo. Além disso, “Fuzuê” é o título de menor sucesso no horário das sete em uma década e “Elas por Elas” acumula os piores números históricos para a faixa das seis. Diante disso, a nova versão de “Pantanal” pode representar uma oportunidade de superar a crise, assim como “Renascer”, que já é considerada um sucesso devido ao interesse de anunciantes com investimentos milionários.

O remake apresenta mudanças quanto à representação social, como a inclusão de uma personagem interpretada por uma atriz trans e a criação de um personagem gay, ainda mantido em segredo. O novo enredo também abordará temas feministas e apresenta preocupações com a representatividade dos evangélicos, que deverão se tornar maioria religiosa no país até 2030.

A trama irá explorar o conservadorismo e progressismo de forma isenta, abrindo espaço para novas discussões segundo o autor Bruno Luperi. Além disso, a novela apresentará mudanças na forma de representar a fé e a relação com a terra, mostrando um novo olhar em questões ambientais e agrícolas.

Além das mudanças nas temáticas e personagens, o remake contará com cenários e detalhes visuais que prometem transportar o telespectador para uma nova atmosfera, com destaque para a ambientação com influências culturais baianas.

O diretor do remake, Gustavo Fernandez, destaca a responsabilidade de trazer de volta uma novela tão marcante e a necessidade de atenção diante de um público mais sensível e participativo. Ele ressalta o respeito à trama original e a solidez da dramaturgia, que já garante ao espectador uma compreensão do enredo.

Considerando que a versão original de “Renascer” abordava temas polêmicos e gerava discussões na época, o novo autor Bruno Luperi vê a novela como um instrumento de transformação social, porém sem intenção de rivalizar ou criar conflitos no atual contexto delicado do Brasil e do mundo.


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