Netanyahu rejeita condições do Hamas para terminar a guerra e libertar reféns em Gaza: “Termos de rendição são inaceitáveis”

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rejeitou as condições apresentadas pelo Hamas para acabar com a guerra e libertar os 136 reféns que permanecem na Faixa de Gaza. A proposta incluía a saída total de Israel de Gaza e a manutenção do poder com o Hamas.
“Quanto aos nossos reféns, até o dia de hoje, trouxemos para casa 110 deles e estamos empenhados em recuperar todos. É um dos nossos objetivos de guerra e a pressão militar é uma condição necessária para a alcançarmos. Estou trabalhando nisso incessantemente”, disse Netanyahu nesse domingo.
Netanyahu frisou que rejeita “liminarmente as condições de rendição do Hamas”. Ele afirmou ainda que deve ficar bem claro que rejeita “veementemente os termos de capitulação dos monstros do Hamas. O Hamas exige em troca da libertação dos reféns o fim da guerra, a retirada das nossas forças de Gaza, a libertação de assassinos e violadores de Nukhba (força de elite do Hamas) e a permanência do grupo”.
Na declaração, Benjamin Netanyahu repetiu que insistirá no “controle total da segurança israelense sobre todo o território a oeste da Jordânia”. E acrescentou ter resistido firmemente às pressões internacionais e internas para alterar essa posição.
Pouco depois de ser conhecida a decisão de Netanyahu e durante os bombardeios em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, um representante do Hamas afirmou à Reuters que a recusa do premiê em colocar um ponto final no conflito “significa que não há possibilidade de libertar os reféns que permanecem cativos”.
Em novembro, no âmbito de um acordo mediado pelos Estados Unidos, o Catar e o Egito, mais de 100 dos cerca de 240 reféns levados para Gaza durante o ataque do Hamas em 7 de outubro foram libertados em troca da liberdade de 240 palestinos que estavam detidos nas prisões israelenses.
O Fórum das Famílias dos Reféns e Desaparecidos exigiu, em nota, que Netanyahu “afirmasse claramente que não abandonará civis, soldados e outros raptados no desastre de outubro”. Em protesto em frente à residência de Netanyahu, os familiares exigiram ação.
Com a recusa de Netanyahu, a situação permanece tensa e o impasse persiste. O primeiro-ministro parece determinado em não ceder às exigências do Hamas, o que coloca em risco a vida dos reféns e dificulta as negociações para um possível acordo.