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Superendividamento no Brasil: desafios, saídas e a importância de buscar ajuda para recuperar a saúde financeira.

O superendividamento é um desafio que atinge muitos consumidores no Brasil, e especialistas apontam que há saída para recuperar a saúde financeira. Segundo o professor de direito do consumidor do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), Ricardo Morishita Wada, o primeiro passo para desafogar é pedir ajuda. Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Morishita explicou que é fundamental entender em que ponto está a dívida, e programas governamentais como o Desenrola Brasil oferecem oportunidades para negociar dívidas e repactuar planos de pagamento.

O superendividamento pode ocorrer por diversas razões, como perda do emprego, doenças na família ou dívidas contraídas de forma descontrolada. Além disso, fatores como a distribuição de renda e as elevadas taxas de juros no Brasil contribuem para a situação. Por isso, Morishita ressaltou a importância de atuar na educação financeira e no consumo sustentável para evitar o superendividamento.

A professora de finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV), Myrian Lund, também apontou que o superendividamento é resultado de dívidas sobre dívidas, e que muitos superendividados possuem um grande número de cartões de crédito com contas parceladas. Ela enfatizou que buscar ajuda externa e negociar dívidas são os melhores caminhos para superar a situação.

Neste contexto, a recente criação de um grupo de trabalho pelo Ministério da Justiça para tratar o superendividamento e a Lei do Superendividamento são medidas importantes no combate a esse problema social. A Defensoria Pública, especialmente o Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon) da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, desempenha um papel crucial na prevenção e tratamento do superendividamento, oferecendo conciliações entre os consumidores e os bancos.

Em média, são atendidos 250 novos casos de superendividamento por ano pelos defensores públicos do Rio de Janeiro, e as demandas de tratamento podem se estender por anos. O objetivo é garantir a subsistência das famílias, negociar dívidas, oferecer educação financeira e incentivar o início de poupanças para evitar a reincidência no superendividamento.

Portanto, o superendividamento é um desafio complexo que requer a atenção de diversos setores da sociedade, desde o governo até as instituições financeiras. A busca por soluções sustentáveis e a educação financeira são fundamentais para enfrentar esse fenômeno social e garantir que os consumidores possam viver com dignidade.

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