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Parteiras atuam em São Sebastião para garantir partos respeitosos e redução de cesarianas no Distrito Federal

A tradição milenar das parteiras se mistura com a ciência moderna para garantir um atendimento humanizado e seguro para as gestantes. No Brasil, as enfermeiras obstetras estão capacitadas para realizar partos normais, uma prática que tem ganhado adeptas entre as mulheres que buscam um acompanhamento mais próximo e menos intervencionista durante a gestação e o parto.

Nayane Cristina, uma parteira que atua no Sistema Único de Saúde (SUS) em Brasília desde pequena já sabia que esse era o seu chamado. Influenciada pela história da avó, que teve oito partos em casa, Nayane seguiu o caminho da faculdade de enfermagem e da residência em obstetrícia para se tornar uma parteira e atuar na região administrativa de São Sebastião, no Distrito Federal. Lá, ela e outras 12 parteiras assistem a uma média de 37 partos por mês, em um modelo respeitoso que visa diminuir as taxas de cesarianas.

Marília Tomé, psicóloga e mãe de duas crianças, optou por ter seus dois partos assistidos por parteiras. Ela relata que teve uma escolha mais autônoma e sentiu-se segura e confiante nos saberes das parteiras. O acompanhamento delas foi fundamental em todas as fases do início da maternidade.

A escolha pelo acompanhamento das parteiras não exclui o papel dos médicos na gestação. Elas atuam munindo as gestantes de informações e consideram a autonomia das mulheres. Para a médica obstetra Monique Novacek, as mulheres que contam com esse duplo cuidado chegam mais preparadas para o parto.

A taxa de cesariana no Brasil é de 55%, sendo que na rede particular o índice ultrapassa os 80%. No entanto, os partos assistidos por enfermeiras têm mostrado uma redução considerável desses números. E o acompanhamento das parteiras, aliado à medicina moderna, tem se mostrado uma opção importante para muitas mulheres que desejam uma experiência menos intervencionista no momento do parto.

As parteiras tradicionais, que aprenderam o ofício de forma oral e observando outras mulheres, continuam a desempenhar um papel fundamental na saúde materna e no cuidado com as crianças. Seja por meio dos saberes ancestrais, seja através da ciência, as parteiras seguem tendo um papel de destaque no acompanhamento das gestantes e parturientes, garantindo um atendimento humanizado e respeitoso durante todo o processo de gestação e parto.

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