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O Deputado Guilherme Boulos e a Polêmica da Concentração de Renda no Brasil
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), atual pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, envolveu-se em uma polêmica ao apagar uma publicação que repercutia o crescimento da concentração de renda de diferentes grupos sociais do país durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
A publicação deletada citava a nota técnica publicada pelo Observatório de Política Fiscal do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas), divulgada pela Folha, em que a renda dos mais ricos na pirâmide social brasileira cresceu o triplo do ritmo observado entre o restante da população.
Aliados do ex-presidente, então, passaram a criticar o parlamentar pela publicação deletada, e até Bolsonaro comentou a situação nas redes sociais, alfinetando o psolista.
Carla Zambelli (PL-SP) ironizou o colega da Câmara dos Deputados e questionou o motivo para apagar o post. “Apagou por qual motivo, Boulos? Porque sem perceber admitiu que a renda do mais pobre subiu 33% durante os 4 anos do governo do presidente Bolsonaro?”, escreveu.
Outro que comentou a publicação foi o vereador paulistano Rubinho Nunes (União Brasil), um dos fundadores do MBL (Movimento Brasil Livre) e que deixou o grupo em 2022. Ele postou uma imagem do texto do psolista e disse que “até socialista que não entende nada de economia viu que isso era um elogio”.
“Boulos acusa Bolsonaro de ter enriquecido o povo brasileiro! Até socialista que não entende nada de economia viu que isso era um elogio. Daí ele apagou o tweet como se nada tivesse acontecido”, argumentou.
Depois, Bolsonaro republicou a imagem da publicação apagada de Boulos e ironicamente agradeceu, afirmando que o parlamentar foi sincero ao expor, na visão dele, um avanço na distribuição de renda em sua gestão.
A desigualdade social é um dos temas centrais do discurso de Boulos na pré-campanha. Ele tem dito que quer se eleger prefeito para combater a discrepância de realidade entre moradores das regiões ricas e periféricas da capital.
O psolista também exalta sua trajetória de mais de 20 anos em movimentos sociais, à frente do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), e diz não se importar de ser chamado de radical caso os adversários considerem radicalismo lutar por condições dignas de vida e moradia para as classes menos favorecidas.