
Programa para tratamento de militares russos volta da Ucrânia
As autoridades russas lançaram um programa para tratar dos participantes da invasão russa da Ucrânia que estão voltando da frente de batalha e sofrem de TEPT. A demanda é tão grande, que nem todos os afetados conseguem ajuda. Além disso, muitos desses militares recusam tratamento.
Problemas psíquicos
Um dos problemas mais comuns relatados pelos militares nas redes sociais são pesadelos e constantes flashbacks – experiências traumáticas que sempre voltam à memória. Por exemplo, têm a sensação de ser alvejados por arma de fogo, geralmente em locais onde há muita gente ou veículos.
Outros perdem a compostura quando há fogos de artifício, ou têm medo de sair de casa sem uma arma. “Na guerra, você acha que está tudo bem com você. Mas então volta à vida civil e percebe como é diferente. Com o tempo, percebe que mudou por dentro”, comenta um ex-combatente na guerra na Ucrânia.
Andrei (nome alterado), de 23 anos, é um mercenário russo. De acordo com sua namorada, Svetlana, ele mudou muito nos últimos dois anos de guerra: costumava ser falador e alegre, mas agora é um homem retraído e agressivo. “Já muito tempo atrás, quando conversávamos por videochamada, ele disse que estava ficando louco”, conta a jovem. Ela passou a falar com Andrei com menos frequência ao telefone e as respostas dele às mensagens de texto ficaram cada vez mais curtas.
Em 2024, o casal teve uma menina, mas Andrei não visitou a esposa e a filha durante suas últimas férias. “Uma vez, ele escreveu coisas desagradáveis, inclusive sobre a nossa filha. Achei que nosso relacionamento estava no fim. Mas no dia seguinte, pediu desculpas por mensagem de áudio e disse que estava surtando ” Svetlana espera que a perspectiva de ser pai ajude Andrei a encontrar estabilidade.