Conforme relatado pelo ex-parlamentar, o acordo de colaboração mencionado teria sido utilizado de forma ilegal e coercitiva por um longo período. Este trecho do parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) foi um dos argumentos utilizados para pedir a abertura de inquérito contra o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro.
De acordo com o ex-parlamentar Tony Garcia, o ex-juiz Moro teria se encontrado repetidas vezes com um suposto agente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Garcia afirma que Moro o orientou a procurar um homem chamado “Wagner”, que se dizia agente da Abin, e que as reuniões ocorreram “umas sessenta vezes”. Essas alegações foram apresentadas à PGR como parte da solicitação de investigação contra Moro.
Além disso, Garcia também relatou que entregava números de telefones de pessoas que estavam sendo investigadas. Segundo ele, o suposto agente da Abin reproduzia trechos de áudios de telefonemas interceptados, para que Garcia esclarecesse o contexto dos diálogos. Esta acusação é uma das que estão sob investigação pela Polícia Federal.
Outro ponto de interesse da investigação da PF é a identificação do suposto agente chamado “Wagner”. De acordo com Tony Garcia, alguns documentos portados pelo homem mostravam nomes diferentes, o que levanta dúvidas sobre a verdadeira identidade do indivíduo.
A PF também mencionou que a narrativa de Tony Garcia inclui menções a coações para cumprir as medidas do acordo de colaboração. Segundo o ex-parlamentar, ele teria sido coagido a manter o acordo, sob o risco de ter o acordo rescindido, ser preso e ter seus bens expropriados.
A partir dos relatos de Tony Garcia, a autoridade policial entendeu que existem indícios de chantagens, coações, ameaças e constrangimentos contínuos até os dias atuais. Essas informações embasaram o pedido de abertura de inquérito contra Moro, que agora está sob análise das autoridades competentes.
