Vereadores de São Paulo retiram apoio à CPI que investigaria ONGs e o Padre Júlio Lancellotti na Capital.

O requerimento para a abertura da CPI foi proposto pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil) e inicialmente recebeu 25 assinaturas, mas após a repercussão negativa sobre a investigação, muitos vereadores recuaram e retiraram o apoio à CPI. O último a desistir foi Gilson Barreto (PSDB), que afirmou em suas redes sociais que, após estudar melhor o intuito da iniciativa e conversar com seus pares, concluiu que a comissão fiscalizaria as atividades do padre Lancellotti sem que ele participe de qualquer convênio com a municipalidade, perdendo assim a sua finalidade de zelar pelo dinheiro público.
Outro vereador que retirou seu apoio à CPI foi Xexéu Tripoli (PSDB), que afirmou seu total apoio ao padre Júlio Lancelotti e sua obra pastoral, criticando a perseguição política a líderes religiosos.
Com a retirada dos vereadores, a CPI corre o risco de não ser protocolada, já que é necessária a aprovação de 19 vereadores, mas a Câmara Municipal de São Paulo afirmou que a retirada de assinaturas tem um papel simbólico e não impede o próximo passo para a instauração da comissão, que é a avaliação no Colégio de Líderes.
O texto do requerimento para a criação da CPI não traz claramente quais entidades e pessoas serão investigadas, mas o autor do requerimento, Rubinho Nunes, em suas redes sociais, disse que o Padre Júlio Lancellotti seria alvo das investigações.
Por meio de nota, Padre Júlio Lancellotti afirmou que as CPIs são legítimas, mas informou que não pertence a nenhuma organização da sociedade civil ou ONG que utilize convênio com o Poder Público Municipal.
A desistência dos vereadores de apoiar a CPI mostra que a comissão terá dificuldade para ser aprovada na Casa legislativa, já que serão necessárias duas votações em plenário, ambas necessitando de 28 votos dos 55 vereadores da câmara.
A retirada de apoio à CPI gera incerteza sobre o futuro da investigação e demonstra a divisão dos vereadores quanto à sua aprovação, revelando a crise política na Câmara Municipal de São Paulo.