Segurança de jogadores de futebol no local de trabalho está em risco, alerta relatório da Fifpro.

O relatório, intitulado “O impacto da violência contra jogadores de futebol em seu local de trabalho”, destaca que muitas vezes os jogadores se sentem obrigados a aceitar a agressão em silêncio, com medo de que falar sobre o assunto possa piorar a situação ou prejudicar suas oportunidades de trabalho. De acordo com um jogador entrevistado para o relatório, o acesso constante ao seu eu verdadeiro como jogador tem diminuído o limite dos torcedores no estádio, levando alguns a acreditar que têm o direito de agir de forma inadequada.
As conclusões do relatório foram baseadas em entrevistas com jogadores, pesquisas com 41 sindicatos nacionais, reportagens da mídia e um trabalho de pesquisa da University College Dublin. De acordo com o relatório, 88% dos sindicatos afirmam que a ameaça de violência leva a um desempenho ruim dos jogadores e 83% dizem que contribui para problemas de saúde mental, como a depressão.
Diante desse cenário, 98% dos sindicatos afirmam que gostariam de ver um maior uso de tecnologia, como scanners de segurança e reconhecimento facial, para capturar e deter os agressores. Além disso, 88% pedem que os clubes façam mais para banir os torcedores violentos.
Alexander Bielefeld, diretor de política global e relações estratégicas da Fifpro para o futebol masculino, ressalta a importância da cooperação entre as partes interessadas no futebol, os parceiros sociais e as instituições públicas para garantir a segurança dos jogadores, funcionários e espectadores.
O relatório destaca ainda que a segurança dos jogadores e das equipes não é uma preocupação apenas dentro de campo. O técnico do Olympique Lyonnais, Fabio Grosso, sofreu um grave ferimento no olho quando o ônibus da equipe foi atacado por torcedores do Marselha a caminho do Stade Velodrome em outubro, o que resultou no adiamento de uma partida.
Os artefatos lançados no campo representam a maior ameaça à segurança dos jogadores, especialmente dos goleiros, devido à sua proximidade com os torcedores, segundo o relatório. No último temporada, aproximadamente 114 casos de pirotecnia ou foguetes interromperam partidas, resultando em lesões significativas para vários jogadores.
O relatório destaca a necessidade de ações efetivas para garantir a segurança dos jogadores e a punição de torcedores responsáveis por atos de violência e abuso verbal.