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Basílica de Nosso Senhor do Bonfim: 270 anos de história celebrados com festa, rezas e histórias ancestrais da fitinha







Comemoração dos 270 anos da Basílica do Bonfim

Em meio a muita novena, rezas e batuques, a Basílica de Nosso Senhor do Bonfim celebra seus 270 anos de fundação. A comemoração terá como ponto alto a Lavagem do Bonfim, que é considerada a segunda maior festa popular de Salvador, perdendo apenas para o Carnaval.

O templo, fundado em 1754, guarda segredos e tradições que remontam à Idade Média, como a famosa fitinha do Bonfim, usada como amuleto por milhares de pessoas. A história desse objeto se confunde com a popularização do santo, que acabou sendo sincretizado com Oxalá, arrebanhando devotos tanto da Igreja Católica quanto do candomblé.

A festa da Lavagem do Bonfim teve origem na necessidade de limpar a igreja antes do Dia de Reis. A princípio, a celebração era marcada por um cortejo animado, regado a cantigas e potes de água, que culminava na quebra dos potes na porta do templo. Com o passar do tempo, a festa se ampliou e sofreu proibições e modificações por parte da Arquidiocese.

Já a fitinha do Bonfim tem suas raízes ainda mais antigas, remontando a documentos do século 18 que descrevem o uso de medidas do Senhor do Bonfim, vendidas para arrecadar fundos para a manutenção da igreja. Essas medidas, já existentes em 1792, tinham o mesmo tamanho do braço da imagem do santo, e eram usadas como objeto de cura, seguindo uma tradição que remonta à Idade Média.

Na Europa, as chamadas “medidas de santo” eram usadas como talismãs e objetos de cura já milênios antes de sua popularização na Bahia. Em Portugal, onde o uso dessas medidas foi proibido no século 15, sua tradição persistiu na religiosidade popular, que adaptou as medidas para diagnósticos e curas em rezas e práticas religiosas.

Assim, a fitinha do Bonfim, usada nos dias de hoje como proteção e para a realização de desejos, segue uma longa tradição de adoração e cura que remonta a séculos de devoção e fé.


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