
O Caso do Tiro que Matou Torcedor São-Paulino: Promotor Propõe Arquivamento do Inquérito
O promotor Rogério Leão Zagallo apresentou à Justiça uma proposta de arquivamento do inquérito que investiga um cabo da Polícia Militar como o autor do disparo que resultou na morte do torcedor Rafael dos Santos Tercílio Garcia, durante a final da Copa do Brasil entre São Paulo e Flamengo.
De acordo com o promotor, a investigação concluiu que não há elementos que indiquem uma responsabilidade penal por parte do policial, visto que o caso foi classificado como homicídio culposo, ou seja, sem intenção. O episódio, que resultou na morte de Garcia, gerou controvérsias sobre o uso de munição ‘bean bag’ pela PM em eventos esportivos.
Zagallo ressaltou que a responsabilidade pela confusão que levou à tragédia foi atribuída a um grupo de torcedores, sendo a atuação da PM voltada para conter a situação de tumulto. O promotor destacou a importância de separar o debate sobre a utilização dessa munição em eventos esportivos de questões criminais.
O laudo da perícia apontou que o disparo que atingiu Rafael dos Santos Tercílio Garcia ocorreu a uma distância de 8,27 metros, sendo que o protocolo da PM recomenda evitar tiros na região da cabeça e realizar os disparos a partir de uma distância mínima de seis metros.
O advogado da família da vítima alega que o policial agiu com dolo eventual, demonstrando negligência e desrespeito às diretrizes de uso de força não letal. Segundo o defensor, o cabo da PM ignorou as orientações e deve ser responsabilizado pelo crime.
Atualmente, aguarda-se o parecer de um juiz em relação ao arquivamento do inquérito, enquanto o debate sobre o uso de munições não letais em eventos esportivos continua sendo discutido entre autoridades e especialistas na área.