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Educativa cega Dorina Nowill é homenageada e tem seu nome inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.







Dorina Nowill tem nome inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria

Ativista da luta pela acessibilidade

A educadora cega Dorina Nowill, reconhecida por sua atuação em prol da inclusão social e da acessibilidade para pessoas com deficiência, teve seu nome inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria através da Lei 14.796, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (8).

O projeto (PL 3.903/2021) que originou a nova norma foi proposto pela senadora Mara Gabrilli (PSD-SP) e aprovado pelo Senado com parecer favorável da senadora Leila Barros (PDT-DF).

Importância da homenagem

Para Mara Gabrilli, a homenagem é um reconhecimento da importância da atuação de Dorina Nowill em prol da inclusão social e da acessibilidade. “Por sua história de luta em prol da pessoa com deficiência no Brasil, Dorina Nowill contribuiu, com dedicação e heroísmo, para a defesa e construção de nossa Pátria”, defendeu Mara na justificativa do projeto. Já Leila lembrou que ainda hoje Dorina é homenageada pelos avanços que seu ativismo trouxe para a educação, para a acessibilidade e para a inclusão.

História de vida

Dorina de Gouvêa Nowill nasceu em São Paulo, em 28 de maio de 1919. Aos 17 anos, ficou cega, vítima de uma doença não diagnosticada. Até sua morte, aos 91 anos (em 29 de agosto de 2010, vítima de uma parada cardíaca), ela se destacou por sua luta pela inclusão social e pela acessibilidade das pessoas com deficiência.

Mesmo após a perda da visão, Dorina ingressou no chamado curso regular (que preparava professores) da Escola Normal Caetano de Campos, em São Paulo, em 1943, tendo sido a primeira estudante cega a frequentar um curso regular no país.

Luta pela educação

Percebendo as dificuldades no ensino para pessoas com deficiência visual, Dorina desenvolveu um método de educação de crianças cegas, projeto que teve a aprovação do Departamento de Educação do Estado de São Paulo e abriu caminho para a implementação do 1º Curso de Especialização de Educação de Cegos na América Latina.

Dorina foi responsável pela Campanha Nacional de Educação de Cegos do Ministério da Educação (MEC), criando serviços de educação em todo o país. Ela lutou pela inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho e teve sucesso ao promover a discussão da Recomendação 99 sobre reabilitação profissional na Conferência da OIT. O governo brasileiro, empresários e trabalhadores votaram a favor da aprovação da Convenção 159 e Recomendação 168, que exigia programas de reabilitação, treinamento e emprego para pessoas com deficiência.

Em 1981, Dorina discursou na Assembleia Geral das Nações Unidas, abordando a transferência da tecnologia de países desenvolvidos para os territórios em desenvolvimento. Além disso, a educadora defendeu a criação da Década da Pessoa com Deficiência. Seu legado possui um impacto duradouro e significativo na sociedade brasileira.


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