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Ministério da Fazenda considera alterar meta de déficit zero caso desoneração da folha de pagamento seja prorrogada até 2027.







Ministério da Fazenda avalia alterar meta de déficit zero

Ministério da Fazenda avalia alterar meta de déficit zero

O Ministério da Fazenda está considerando alterar a meta de déficit zero, defendida pelo ministro Fernando Haddad, caso todas as alternativas para compensar a renúncia de receitas com a prorrogação da desoneração da folha de pagamento se esgotem.

Segundo o ministro em exercício, Dario Durigan, todas as providências serão tomadas para fechar o Orçamento e, se as medidas apresentadas não forem suficientes, a pasta terá que mexer na meta de déficit. Ele ainda afirma que é necessário vencer as barreiras e que, se as novas medidas não forem possíveis, a alteração na meta será necessária.

A proposta de alteração na meta de déficit zero surge após a ameaça de judicialização por parte do Ministério da Fazenda caso a medida provisória que trata do tema seja derrubada pelo Congresso Nacional. A pasta defende a reoneração gradual da folha salarial como forma de compensação pela renúncia de receitas e argumenta que a prorrogação da desoneração é uma medida legítima.

O ministro em exercício negou que a medida seja uma “afronta” ao Congresso e ressaltou que a pasta não teve oportunidade para debater a questão antes de adotar a medida da prorrogação. A Fazenda está confiante de que a MP não será devolvida pelos parlamentares e espera costurar um acordo com o Congresso para manter a responsabilidade fiscal.

Compensação da perda de arrecadação

A reoneração gradual da folha de pagamento, a limitação da compensação tributária com decisões judiciais e a extinção gradual do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos são as propostas do governo para compensar a perda de arrecadação com a prorrogação da desoneração da folha de pagamento. A Fazenda estima que as medidas anunciadas permitirão a compensação do rombo de R$12 bilhões que seria gerado pela desoneração da folha de pagamento.

Reoneração gradual da folha de pagamento

A proposta da Fazenda visa a reoneração gradual da folha de pagamento, com redução da alíquota da cota patronal na faixa de um salário mínimo. A Fazenda argumenta que a medida simplifica a metodologia da política pública e classifica a desoneração como “caótica”, sendo beneficiados mais de 400 setores da economia desde a sua criação em 2011.

A pasta também propõe a divisão dos grupos de “atividades econômicas” com tributação diferenciada, com a contribuição patronal variando entre 10% e 15% na faixa até um salário mínimo. Empresas que optarem pela modalidade precisarão se comprometer com a manutenção da quantidade de empregados em número igual ou superior ao verificado em 1º de janeiro de cada ano-calendário.

Entenda as propostas do governo para compensar perdas ou renúncia de arrecadação

Quais são as três medidas?

  1. A reoneração gradual da folha de pagamento. Nesse ponto, será testada a redução da alíquota da cota patronal na faixa de um salário mínimo
  2. A limitação da compensação tributária com decisões judiciais sobre créditos acima de R$ 10 milhões e no prazo máximo de cinco anos
  3. A extinção gradual do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos), que oferece benefícios para empresas aéreas e ligadas a entretenimento

Quanto elas significam em arrecadação?

De acordo com a Fazenda, as medidas anunciadas vão permitir a compensação do rombo de R$ 12 bilhões que seria gerado pela desoneração de folha de pagamento. A reoneração gradual vai gerar uma perda de arrecadação menor, de R$ 5,6 bilhões, que será compensada integralmente pelas alterações no Perse. Nos cálculos do governo, a extinção do benefício ao setor de eventos irá somar R$ 6 bilhões.

Como fica a tributação até 1º de abril, quando as regras entram em vigor?

Até 1º de abril vale a prorrogação da desoneração da folha. Ou seja, os 17 setores da economia beneficiados mantêm a prerrogativa de pagar alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta, em vez de 20% sobre a folha de salários para a Previdência


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