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Situação de rua: São Paulo concentra um quarto da população, revela Observatório Nacional dos Direitos Humanos.

O número de pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo é alarmante, representando um quarto de toda a população em situação de rua no Brasil, de acordo com o Observatório Nacional dos Direitos Humanos, plataforma do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Segundo o levantamento, em julho de 2023, a cidade contava com um total de 54.812 pessoas vivendo em situação de rua, um número que pode ser ainda maior, já que considerou apenas as pessoas inscritas no Cadastro Único. O Rio de Janeiro e Belo Horizonte aparecem na sequência, com 14.004 e 11.796 pessoas cadastradas, respectivamente.

O aumento do número de pessoas sem residência formal no país é notável, com mais de 221.000 pessoas inscritas no Cadastro Único em julho de 2023, quase o dobro do registrado em 2018. Esse aumento também reflete na quantidade de municípios com pessoas vivendo em situação de rua, que praticamente dobrou em cinco anos. Segundo o presidente do Movimento Estadual da População em Situação de Rua, Robson Mendonça, os números podem ser ainda maiores, chegando a 69 mil pessoas vivendo nas ruas de São Paulo. Ele aponta a falta de políticas públicas e carência de abrigos como sendo fatores que contribuem para o aumento do número de pessoas nessas condições.

Além das grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, sete cidades concentram 51,5% do total de pessoas em situação de rua no país, sendo elas: Salvador, Brasília, Fortaleza, Porto Alegre, Curitiba, Campinas e Florianópolis. A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social da prefeitura de São Paulo informou que a cidade possui “a maior rede socioassistencial da América Latina”, com cerca de 24 mil vagas de acolhimento para pessoas em situação de rua.

O perfil da população em situação de rua no Brasil mostra que a maioria é masculina, entre 30 e 49 anos e formada por pessoas negras. Os principais motivos para a situação de rua incluem problemas familiares, desemprego, alcoolismo e/ou uso de drogas. Como fonte de renda, muitos recorrem à coleta de materiais recicláveis e à mendicância. Robson Mendonça destaca a necessidade de políticas públicas que possibilitem que as pessoas vivam com dignidade e saiam dessa condição de rua.

A violência também é uma grande preocupação, com quase 50 mil notificações de agressões feitas entre 2015 e 2022, com uma média de 17 notificações por dia. As mulheres são as maiores vítimas, representando 40% dos casos de violência notificados em 2022. A faixa etária com mais notificações de violência está entre os 20 e 29 anos, principalmente entre os jovens negros. Os principais agressores foram pessoas desconhecidas das vítimas. Em resumo, o aumento do número de pessoas em situação de rua no Brasil é uma realidade preocupante que requer urgentes políticas públicas para solução dessa questão social.

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