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Resgates por trabalho análogo à escravidão atingem maior número desde 2009, apesar da falta de auditores fiscais.

O Brasil resgatou um total de 3.151 trabalhadores em condições análogas à escravidão no ano de 2023. Este é o maior número de resgates desde 2009, quando 3.765 pessoas foram libertadas. No entanto, a estatística também revela uma regressão no país, uma vez que o número de auditores fiscais do trabalho atingiu o menor nível em 30 anos.

Desde a criação dos grupos de fiscalização móvel em 1995, um total de 63,4 mil trabalhadores foram flagrados em situações de trabalho forçado, denunciando a persistência desse problema no Brasil. O trabalho no campo ainda lidera o número de resgates, com destaque para o cultivo de café e de cana-de-açúcar, que contabilizaram o maior número de trabalhadores libertados.

Essas estatísticas escondem histórias de abuso e sofrimento, demonstrando como o trabalho análogo à escravidão ainda é recorrente no país, seja em fábricas improvisadas, residências de alto padrão ou plantações. Entrevistas com trabalhadores resgatados revelam relatos de anos sem ganhar salário, trabalho exaustivo e humilhações constantes.

Um dos principais desafios para combater esse problema é a escassez de auditores fiscais do trabalho. A falta de pessoal tem dificultado as ações diretas de combate ao trabalho escravo, causando um acúmulo de pedidos de ajuda por parte dos trabalhadores em situação de escravidão.

Apesar disso, o Ministério do Trabalho e Emprego ressalta que, mesmo com o menor número de auditores fiscais da história, houve um aumento significativo no número de resgates em 2023. O governo enfatiza que a fiscalização do trabalho doméstico e dos casos de trabalho escravo é uma prioridade e que apesar da escassez de auditores fiscais, foi possível entregar o maior número de ações fiscais.

Portanto, diante do cenário atual, fica evidente a necessidade de medidas eficazes para combater o trabalho escravo no Brasil, garantindo a proteção e o respeito aos direitos humanos e trabalhistas. Este é um desafio que exige um esforço conjunto do governo, instituições e da sociedade em geral para erradicar essa prática abominável que persiste no país.

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