Inundação atinge Vila Cauhy, no Distrito Federal, em decorrência das fortes chuvas e coloca em risco 44 residências e 176 famílias.

Segundo relatos dos moradores, essa foi a pior das quatro inundações que eles testemunharam na região. Em algumas residências, a marca da água ultrapassava 1,5 metro, o que resultou no resgate de um idoso e seu cachorro por uma embarcação dos bombeiros. A comunidade, que fica próxima ao centro de Brasília, foi duramente afetada pelas chuvas, causando desespero entre os moradores.
Vera Lúcia, uma diarista de 38 anos, relatou que a situação é desoladora e que até o momento, não recebeu orientações ou visitas do Poder Público. “Eles deviam olhar mais pelas pessoas aqui, não olhar só no tempo da política, né? Porque no tempo da política aparece todo mundo, mas na hora que a gente está aqui, ilhado e tudo, não aparece ninguém”, desabafou a moradora.
Antônio Ferreira Costa, um pedreiro de 58 anos que perdeu diversos pertences devido à enchente, afirmou que não tem para onde ir. Sua esposa, que depende de hemodiálise diária, também foi afetada pela inundação. Wagner da Silva, um motorista autônomo de 49 anos, não conseguiu dormir com medo da enchente e acredita que obras de drenagem são necessárias para evitar a situação.
O governo do Distrito Federal já está tomando as devidas providências para atender à população atingida. Tendas foram montadas na Vila Cauhy para acolher os desabrigados, e uma escola pública da comunidade está disponível para abrigar as pessoas afetadas. O secretário de Cidades do Distrito Federal, Cláudio José Trinchão Santos, esteve no local para avaliar os estragos causados pelas chuvas e destacou que a ocupação urbana desordenada e o excesso de lixo nas ruas contribuíram para a situação.
A Vila Cauhy está entre os 22 locais de risco alto ou muito alto do DF para eventos como deslizamentos, inundações e enxurradas. Segundo levantamento, cerca de 44 residências e 176 famílias vivem em áreas de risco na comunidade, o que evidencia a necessidade de soluções eficazes para mitigar os impactos das chuvas intensas. No entanto, o secretário ressaltou que não há solução simples para o problema e que a situação é complexa. O governo está estudando como regularizar a área e transferir as famílias afetadas para outras localidades.