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Governador de São Paulo critica efetividade das câmeras corporais em fardas de policiais militares na segurança da população




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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou recentemente que as câmeras corporais em fardas de policiais militares, parte de um programa que reduziu a letalidade dos agentes no estado, não têm eficácia na segurança da população. Segundo ele, “Qual é a efetividade da câmera corporal na segurança do cidadão? Nenhuma.”

Tarcísio disse que a gestão vai cumprir os contratos existentes dos equipamentos, mas indicou que não pretende investir mais recursos na modalidade. Ao invés disso, o governador defende que novas verbas sejam usadas em ações que considera mais eficazes para dar segurança à população, como tecnologia e inteligência artificial.

De acordo com reportagem da Folha, a gestão fez cortes no programa de Câmeras para custear outras despesas, como o pagamento de diárias agentes.

As declarações foram feitas em uma entrevista à TV Globo, exibida na manhã desta terça-feira (2), na qual Tarcísio fez uma avaliação do primeiro ano de sua gestão à frente de São Paulo. Ele reforçou a importância de reforçar a presença de policiais em áreas com mais ocorrências, com 5.000 agentes e 500 viaturas adicionais no centro da capital paulista, por exemplo.

O governador ainda destacou que o governo autorizou a contratação de 13 mil novos agentes e que pretende investir em bases móveis de policiamento. Ele também mencionou aumentos na apreensão de drogas e a diminuição de furtos e roubos na região central da cidade de São Paulo.

Enquanto o programa de câmeras foi considerado parte importante na redução da violência estatal, houve um aumento da letalidade policial no primeiro ano de gestão, segundo dados da SSP (Secretaria da Segurança Pública), entre janeiro e novembro de 2023. Um dos casos que chamou atenção foi a Operação Escudo, que resultou em pelo menos 28 mortos, tornando-se a ação mais letal das forças de segurança paulistas desde o massacre do Carandiru.

Na entrevista, o governador destacou que, na hora de escolher onde gastar os recursos, o investimento em tecnologias de monitoramento e reconhecimento facial deve ganhar mais espaço. Ele citou que o investimento deve ser de R$ 250 milhões em 2024, com R$ 158 milhões provenientes de recursos destinados por deputados federais pelo estado de São Paulo.

Tarcísio negou alterações no programa de câmeras corporais nas fardas de policiais militares em janeiro do ano passado, um dia depois de uma declaração do secretário Derrite, que havia falado em rever a medida. No entanto, dados mostram que a letalidade policial caiu após o início do programa de câmeras corporais. As mortes decorrentes de intervenção policial caíram 85% nos batalhões com os equipamentos em 2021.

Sem citar o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), Tarcísio ainda afirmou que não se preocupa com protagonismo nas políticas para a região da cracolândia, no centro de São Paulo, e prometeu mais ações de inteligência no combate ao tráfico de drogas e de assistência para identificar os perfis de quem circula pela região.


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