Setor de bares e restaurantes mostra sinais de recuperação, mas continua enfrentando desafios para operar com lucro, aponta pesquisa da Abrasel

A pesquisa, que ouviu 1.647 empreendedores em todo o país, revelou que, apesar do aumento do número de empresas operando no positivo, a maioria ainda enfrenta dificuldades. Em novembro, 23% das empresas estavam operando no prejuízo, mantendo-se estável em relação ao mês anterior. Por outro lado, 34% ficaram em equilíbrio e 43% conseguiram operar com margem positiva, um aumento significativo em relação ao mês anterior.
O presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, apontou que, embora o faturamento do setor tenha apresentado melhorias, muitas empresas ainda estão endividadas, com impostos em atraso e precisando pagar os empréstimos contraídos durante a pandemia de covid-19, o que impactou negativamente os lucros em novembro.
A pesquisa também revelou que as dívidas continuam sendo um desafio para as empresas do setor, com 38% delas relatando pagamentos em atraso, incluindo impostos federais, estaduais, dívidas bancárias, encargos trabalhistas, serviços públicos, fornecedores e aluguel do imóvel.
Além disso, os bares e restaurantes também estão enfrentando dificuldades para repor a inflação, com 53% das empresas afirmando que não conseguiram reajustar seus preços de acordo com a inflação média. Apenas 10% conseguiram fazer reajustes acima da inflação, indicando um desafio adicional para o setor.
No entanto, nem tudo são notícias ruins. A pesquisa apontou que 21% das empresas do setor contrataram novos funcionários no mês passado, um sinal positivo de crescimento. Este número é superior ao de empresas que relataram demissões, que ficou em 14%. Além disso, as perspectivas para o resultado de contratações em dezembro também são positivas, com 27% das empresas planejando contratar mais funcionários e apenas 6% indicando intenção de demitir.
Em meio a desafios, o setor de bares e restaurantes ainda espera melhorias significativas em sua recuperação nos próximos meses. A expectativa é que, a medida que o país avança na vacinação e na retomada econômica, o setor consiga se recuperar de forma mais consistente e voltar a operar com lucratividade.