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A adesão de Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos pode significar um aumento de capital para o banco. A instituição permite, aos países-membros, obter empréstimos para projetos nacionais de desenvolvimento ou também em caso de endividamento público “sem estar atrelado às típicas condições impostas pelo Banco Mundial e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI)”, explica Maihold.
Plagemann prevê uma ascensão internacional do Sul Global e a consequente perda de influência do Ocidente. “Isso significa que vai se dar menos valor a concordâncias de caráter ideológico, à promoção da democracia, aos direitos humanos e assim por diante e, em vez disso, todos os envolvidos vão se concentrar mais em querer implementar os próprios interesses.”
Maihold concorda. “O que a ministra alemã do Exterior diz em todo o mundo, que a comunhão de valores é a base para a cooperação, não é visto como base”, afirma. “O que o Ocidente tenta apresentar como uma ordem regrada é uma sobre a qual os membros do Brics dizem: ‘Nós não criamos essas regras. E não há razão para aderirmos ou estarmos sujeitos a esse conjunto de regras’.”
Plagemann diz que é preciso encarar o Brics como um parceiro em áreas em que a cooperação é possível. “Se as grandes instituições internacionais, como as Nações Unidas, estão se tornando cada vez menos capazes de agir, então os grupos e instituições devem ao menos serem capazes de ter um potencial de cooperação. Não faz sentido construir uma oposição”, argumenta.
Maihold recentemente apresentou uma sugestão de que como o Ocidente e o Brics podem dialogar: por meio de fóruns de negociadores do G7 e do Brics. Esses nem mesmo teriam de ser públicos e poderiam se ocupar de setores menos afetados pela concorrência geopolítica, como meio ambiente e política global de saúde. Autor: Matthias von Hein