A sétima edição da Copa do Mundo de futebol feminino: a consolidação da Espanha, os desafios do Brasil e os talentos emergentes.

Apesar da existência da seleção espanhola desde 1980, foi somente na Copa da França, em 2019, que as espanholas conseguiram ir além das oitavas de final. O desenvolvimento do futebol feminino na Espanha teve início em 2010, com investimentos na base e na estrutura do esporte. O técnico Jorge Vilda, que comandou a equipe campeã, começou a trabalhar com a seleção principal em 2015, após passagens pelas categorias de base da La Roja.
No entanto, a conquista não foi unanimidade entre as jogadoras, com 15 atletas, incluindo Alexia Putellas e Aitana Bonmatí, solicitando a demissão de Vilda devido a alegações de assédio moral e insatisfação com os métodos de trabalho. Apesar das controvérsias, o título conquistado pela Espanha colocou em evidência não apenas o talento técnico das jogadoras, mas também a necessidade de avanços em relação a questões fora de campo, como o caso do beijo não consentido do então presidente da Federação Espanhola de Futebol, Luís Rubiales, na atacante Jenni Hermoso, gerando debate público e posicionamento das autoridades.
O Brasil, por sua vez, teve uma atuação aquém das expectativas, sendo eliminado na fase de grupos após uma derrota para a Jamaica. A técnica sueca Pia Sundhage, contratada para liderar a seleção até os Jogos de Paris, foi demitida e teve seu trabalho questionado, apesar de seu papel no incentivo ao desenvolvimento das categorias de base do Brasil. Desde setembro, o técnico Arthur Elias assumiu o comando da seleção feminina e obteve resultados mistos em amistosos.
No cenário nacional, o futebol feminino foi dominado pelo Corinthians em 2023, conquistando títulos em diferentes competições. Além disso, a realização da primeira edição da Copinha Feminina pela Federação Paulista de Futebol marcou um avanço no fomento do esporte, com a intenção de expandi-la para mais estados e equipes em 2024.
A Copa do Mundo de 2023 também revelou talentos individuais, como a meio-campista Aitana Bonmatí, premiada como a melhor da Copa e como vencedora da Bola de Ouro. A competição também destacou jogadoras de outras nacionalidades, como a inglesa Mary Earps e a japonesa Hinata Miyazawa. A jovem colombiana Linda Caicedo ganhou destaque pelo gol mais bonito do Mundial.
Com tudo isso, a expectativa é que o futebol feminino continue a evoluir nos próximos anos, tanto em âmbito internacional quanto no cenário nacional, com a consolidação de talentos individuais e um maior investimento nas categorias de base e fomento do esporte.